Dia de dizer não às internações psiquiátricas

17/05/2005 16:07:59 - Jornalista: Genimarta Oliveira

Será comemorado nesta quarta-feira (18), o Dia Nacional de Luta Antimanicomial, que tem como lema “Cuidar sim, excluir não”. A Secretaria de Saúde de Macaé (Semusa), através do Programa de Saúde Mental da Coordenação de Saúde Coletiva, preparou uma vasta programação com um ciclo de palestras no auditório da Fundação Educacional de Macaé (Funemac). A partir das 9h e às 13h, na Praça Veríssimo de Melo, serão feitas oficinas, leitura de Cordel e peça de teatro.

Segundo o gerente do Programa de Saúde Mental, Júlio César Silveira, a mobilização tem como objetivo reduzir o número de internações psiquiátricas, com um trabalho de conscientização da população e a quebra do preconceito. “Quando internado, o paciente, muitas vezes, entra em contato com outros e acaba regredindo no tratamento. A internação, além do alto custo que representa, exclui e isola o paciente do mundo externo”, disse.

O trabalho realizado pela Semusa tem possibilitado a reintegração de ex-pacientes à sociedade. O Centro de Atenção Psicosocial (CAPS), oferece atividades como oficinas terapêuticas, atendimento individual, grupo de familiares, oficinas de geração de renda, oficina de capoeira e teatro, oficina de humor, entre outros. “Temos ex-pacientes do CAPS que voltaram a trabalhar”, lembra Júlio.

Saúde Mental - O Dia Nacional de Luta Antimanicomial, 18 de maio, foi lançado há 18 anos na cidade de Bauru, em São Paulo, pelo Movimento de Trabalhadores da Saúde Mental. A data presta uma homenagem ao Movimento de Luta Antimanicomial, que instaurou no país uma nova trajetória da proposta de Reforma Psiquiátrica Brasileira, que propôs não só mudanças no cenário da atenção à saúde mental como questionou as relações de estigma e exclusão estabelecida pela sociedade.

O Movimento defende a extinção progressiva dos manicômios, onde pessoas com transtornos mentais ficam trancadas e isoladas da sociedade e de seus familiares. A proposta é promover o tratamento em hospitais-dia e em Centros de Atenção Psicossocial, e garantir o reconhecimento dos direitos humanos e os direitos à liberdade.