Educação faz II Simpósio de Política Pública de Formação na Doçência

07/11/2018 16:49:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Maurício Porão

Evento realizado na Cidade Universitária contou com apresentação de 12 trabalhos de pesquisas de pós-graduação

“Como o ensino acontece hoje?”. “Qual o papel do professor?”. Estas e outras questões foram debatidas no II Simpósio de Política Pública de Formação da Docência: a Pesquisa como um Caminho de Formação, realizado, na manhã desta quarta-feira (7), no Auditório Claudio Ulpiano, bloco A, da Cidade Universitária. Foram apresentados 12 trabalhos via comunicação oral e sete banneres de pesquisas de pós-graduação.

Além disso, houve mesa-redonda sobre “Educação, Saúde e Formação Docente”, com a professora Maria Lúcia Cunha Lopes de Oliveira, pós-doutora em Geografia Política e doutora em Educação, pela Universidade de Maryland; e a professora Martha Leonora Queiroz Copolillo, doutora em Educação pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj). Os trabalhos foram apresentados por mestrandos em Educação em Ciências e Saúde do Nutes/UFRJ-Macaé e alunos do curso de pós-graduação em Gestão Escolar, oferecido pelo Centro de Formação Carolina Garcia, responsável pelo simpósio.

Martha enfatizou que é formação quando o professor é o protagonista, mas precisa aprender e multiplicar novas práticas e fazer autocrítica.

"A gente precisa abrir espaços, como este evento, para compartilhar diálogos com nossos pares. Todos os trabalhos apresentados aqui são científicos, no sentido do que é ciência, o que é muito interessante. Precisamos olhar o contexto e os sujeitos nele inseridos, se não, vira prescrição e a pesquisa não é receita. A formação não pressupõe generalização", avaliou.

Maria Lúcia abordou a construção coletiva e as redes colaborativas vivenciais.

"Penso a política pública não só definida por planos governamentais, mas por sujeitos, o público, as escolas, as universidades que levam à formação da docência", disse. Ela palestrou sobre “Docência, Formação e Saúde – Redes Colaborativas de Resistência".

A coordenadora do Centro de Formação, professora Regina Célia Santos, informou que os trabalhos apresentados estarão disponibilizados na íntegra na revista online A Docência e Diálogos, criada em parceria com a FeMASS que certifica os alunos da pós.

O I Simpósio foi realizado em setembro do ano passado com exposição de trabalhos desenvolvidos nas escolas a partir das experiências trocadas nos cursos. O mestrado em Educação em Ciências e Saúde do Núcleo de Tecnologia Educacional nas Ciências para Saúde (Nutes) foi inaugurado em fevereiro deste ano, é o sétimo curso de pós-graduação da UFRJ no município e o primeiro na área de Educação. É fruto de parceria entre o Nutes, o Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFRJ) e o Nupem, onde as aulas acontecem.

Apresentação dos projetos foi destaque no evento

Aluno do mestrado Nutes, Gabrielle Reis Toledo falou sobre o projeto “Uma Campanha Institucional de Saúde no Espaço Escolar”, uma análise crítica de imagens e o conhecimento que os professores, na prática, levam para a sala de aula. Ele abordou a comunicação contemporânea, leitura crítica, textos multimodais e a semiótica social; falou do conceito da gramática visual e os padrões de leitura ocidental, incluindo as cores e o posicionamento das palavras na imagem.

"O objetivo do nosso trabalho é oferecer este curso de qualificação do docente e fazê-los multiplicadores das ideias em sala de aula, a fim de incentivar a curiosidade dos alunos e valorizar a forma como eles se expressam", disse Taís Teixeira que apresentou o projeto “Ensino de Ciências numa Abordagem Prática Formando o Professor e Transformando a sua Prática”. Ela levantou a questão que “o papel do professor hoje é como mediador do conteúdo”.

Ruana Soares apresentou “Políticas Públicas Educacionais” e falou das metodologias utilizadas a partir de relatos de experiências que levam a uma reflexão com análise específica do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic) que, segundo ela, agora inclui a Educação Infantil, mas não de forma avaliativa.

"Neste trabalho, identificamos as dificuldades que os professores têm para se manter no trabalho e como deve ser o planejamento das suas atividades para ganhar tempo e valorizar o seu espaço", destacou. Cada projeto apresentado tem de dois a três autores trabalhando em equipe.

Conheça o Centro de Formação

O Centro de Formação Professora Carolina Garcia (CFCG) é vinculado à Secretaria Adjunta de Qualificação Profissional e Ensino Médio, da Secretaria Municipal de Educação. Desenvolve variadas atividades de formação continuada com os profissionais da educação macaense. São cursos de curta duração, palestras, pesquisas e faz divulgação pedagógica e científica, além de documentar a história da educação de Macaé.

Educadores das redes de ensino estadual e particular também podem se inscrever nos cursos e palestras oferecidos pela Secretaria Municipal de Educação. Todas as formações são gratuitas, tendo apenas uma limitação de vagas para cada curso.

O CFCG funciona, desde agosto, no prédio administrativo da Secretaria Adjunta de Ensino Superior, na Cidade Universitária, à Rua Aloísio da Silva Gomes, 50, Bairro Granja dos Cavaleiros. O contato para mais informações pode ser no site do Centro (https://formacaomacae.wixsite.com/formacao), via e-mail cfcgmacae@gmail.com ou pelo telefone 3399.1810, de segunda a sexta-feira, em dias úteis, das 8h às 17h.