Fórum de violência discute importância de ações integradas de enfrentamento

22/05/2015 16:27:00 - Jornalista: Andréa Lisboa

Foto: Moisés Bruno

O I Fórum se destacou pelo alto nível de reflexões e debates propostos

Um balanço positivo. Essa foi a avaliação da área técnica de Vigilância e Prevenção das Violências e Acidentes da Secretaria de Saúde do I Fórum Municipal sobre Violências, que aconteceu esta semana, na Cidade Universitária. O evento tem importância ímpar por ser o primeiro no município a abordar esse tema; por promover a capacitação profissional intersetorial, visando ações integradas, e também por buscar conscientizar os profissionais de que a notificação dos casos é fundamental para se ter um real diagnóstico do problema, o que propicia políticas públicas eficazes.

- Estamos buscando trazer à tona esta questão para minimizarmos este problema tão doloroso para a sociedade. Acredito que iremos avançar à medida que evoluirmos para a humanização das relações profissionais e pessoais e continuarmos nos empenhando na construção do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes -, frisou o secretário de Saúde, Pedro Reis.

- Este momento é importante para nós, porque foi a oportunidade de quebrarmos o silêncio e darmos o primeiro passo para, de frente e de forma sistêmica, encararmos a violência contra a criança e o adolescente. Aqui construímos um esboço de nosso fluxograma, que será concretizado em nossas reuniões de Grupos e Trabalhos (GTs) -, salientou a gerente da Vigilância em Saúde, Ana Paula Dal-cin.

A coordenadora do Fórum, Maria Lusia Sarubi de Mello, disse que o trabalho terá continuidade e a próxima meta é a apresentação de um consolidado na pré-conferência, que vai acontecer em 17 de junho, das 9h às 17h, no Paço Municipal. As iniciativas para a construção do Plano de Enfrentamento tiveram início em dezembro de 2013 e as reuniões intersetoriais começaram em janeiro do ano seguinte.

- Nosso maior problema é a falta de informações. Por isso, a produção de notificação, ou seja, o preenchimento da ficha do Ministério da Saúde para o registro do caso, é fundamental para o planejamento das ações do município. Só assim teremos um diagnóstico adequado e iniciativas apropriadas para dar soluções -, disse a psicóloga.

Participações memoráveis

O I Fórum se destacou também pelo alto nível de reflexões e debates propostos. Outra característica bem marcada foi o diálogo entre as esferas públicas e administrativas e também entre os segmentos acadêmicos e práticas diversas. O evento contou com a participação do Promotor de Justiça da Infância e Juventude, Bruno Calvano; da psicanalista agente de cidadania do Instituto de Cultura 'A voz do cidadão' e da 'Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência', Maria Brayner Iencarelli; da pesquisadora em temas de assédio sexual, violência familiar e abuso sexual, Celia Passos; da pesquisadora do Setor de Psicologia Aplicada do Instituto de Psicologia da UERJ, Maria Luiza Bustamante Sá; da consultora da Área Técnica de Vigilância e Prevenção de Violências e Acidentes do Ministério da Saúde, Cheila Marina de Lima, da Mestre em Saúde Pública e Doutora em Ciências pela FIOCRUZ, Suely Deslandes; do assessor técnico da Associação Estadual de Conselheiros Tutelares do Estado do Rio de Janeiro, Sergio Henrique Teixeira, entre outros conceituados convidados.


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