Macaé busca vender produtos de origem animal para todo o país

17/12/2018 09:31:00 - Jornalista: Julie Silveira

Foto: João Barreto

O município já possui a infraestrutura necessária e amplia adequação para obtenção da qualificação nacional

Com o objetivo de garantir que os produtos de origem animal produzidos em Macaé possam ser comercializados em território nacional, o Serviço de Inspeção Municipal (SIM), ligado à Secretaria de Agroeconomia, está se adequando às normas para obtenção de equivalência e adesão ao Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi), junto ao Ministério da Agricultura.

Para obter a equivalência dos seus Serviços de Inspeção com o Sisbi, o município precisa comprovar que tem condições de avaliar a qualidade e a inocuidade dos produtos de origem animal com a mesma eficiência do Ministério da Agricultura. De acordo com o Coordenador do SIM no município, Paulo Barros, uma nova sede administrativa já foi inaugurada, que é um dos principais requisitos para obtenção do Sisbi.

"Além de uma nova infraestrutura, o município também conta com médicos veterinários concursados, sendo este mais um requisito para obtenção do Sisbi. O objetivo é abrir o campo para que os estabelecimentos registrados no SIM possam expandir seu negócio", pontuou Paulo Barros.

Proprietários do Laticínio Sítio das Rosas, Jayme Caldeira e Ana Maria Amorim, produzem queijos frescal, curado e meia cura desde 2014 com o selo do SIM. Os produtos são distribuídos em padarias, supermercados e hortifrutis do município, porém, os produtores contam que já perderam grandes vendas para estabelecimentos de municípios vizinhos por não poderem comercializar fora de Macaé.

"Quando abrimos nossa queijaria, produzíamos uma média de 400 queijos por mês. Hoje, esse número cresceu para 1,8 mil queijos a cada mês. Temos capacidade para produzir muito mais, porém, nosso mercado é limitado. Já nos ofereceram o Serviço de Inspeção Estadual (SIE), para que possamos vender no Estado do Rio, mas, as visitas dos fiscais do SIE acontecem anualmente. Estamos acostumados com o SIM, que nos visitam duas vezes por mês e prestam um serviço preventivo, com muito mais orientação do que punição. Por isso, aguardamos, ansiosos, a obtenção do Sisbi", destaca a professora de matemática aposentada e produtora de queijos, Ana Maria.

Pedido de autoria para obtenção da validação nacional será no próximo ano

Segundo o Fiscal do SIM, Marcelo Sardenberg, com o aumento da fabricação do frescal, por exemplo, a produção do soro também cresce, o que pode ser utilizado para fazer ricota e até mesmo bebidas lácteas. Quanto maior o estabelecimento, mais alternativas para os produtores.

"Para que Macaé receba a equivalência, o SIM deverá apresentar uma série de requisitos obrigatórios. Além dos já citados, como médicos veterinários concursados e infraestrutura administrativa, também serão exigidos sistemas de informações para controle da produção e laboratório físico-químico e microbiológico. Nós vamos fazer o pedido de auditoria provavelmente em janeiro. A expectativa é que até o final de 2019 já tenhamos conseguido a adequação do Sisbi", explicou Sardenberg.

O fiscal ainda acrescenta que as principais vantagens do Sisbi para o município serão o fortalecimento da economia local através da geração de mais empregos e retorno fiscal, estabelecimentos com melhores condições estruturais e, assim, produção de alimentos saudáveis e seguros. Trata-se de uma realidade positiva que está mudando o cenário econômico nas cidades que já o implantaram: Macaé pode ser o primeiro município no estado e o 18º no país a emplacar seus produtos a nível nacional.


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