Parque de Jurubatiba comemora sete anos de criação

22/04/2005 16:25:35 - Jornalista: Eny Maria Rios

O Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba está comemorando sete anos de criação. Para marcar a data, foi organizada uma programação especial na casa Mato de Pipa, em Quissamã, onde começa nesta segunda-feira uma exposição do fotógrafo e jornalista Rômulo Campos, secretário municipal de Comunicação Social de Macaé. São cerca de 100 fotos inéditas, feitas ao longo dos últimos dois anos, mostrando a riqueza da flora e da fauna de Jurubatiba.

A exposição faz parte do projeto de Rômulo de divulgar as belezas naturais do Parque, uma área de 14 mil hectares, que corta os municípios de Macaé, Quissamã e Carapebus. Junto com o professor Francisco Esteves, coordenador do Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem), ele lança até o final deste ano um livro dedicado a Jurubatiba. A exposição em comemoração ao aniversário do Parque está aberta a partir de segunda-feira, das 13h às 17h, na Casa Mato de Pipa.

Além da exposição, a programação inclui ainda uma festa no dia 29, dia de assinatura do decreto presidencial que criou o Parque de Jurubatiba. A festa começa às 20h, na casa Mato de Pipa, com comidas típicas da região e apresentação de fado e jongo, danças de origem africana, cuja tradição é mantida por moradores da Fazenda Machadinha. No dia 30, encerrando a programação, tem apresentação do grupo de chorinho “por Q Chorar” e feijoada, a partir das 13h, com taxa de adesão a R$ 15 por pessoa.

Um paraíso ecológico

“Acompanhamos a restinga de Jurubatiba mesmo antes dela se tornar parque nacional. A região é muito rica, e merece ter este registro”, diz Rômulo Campos. O Parque vem sendo esmiuçado desde a década de 90 por pesquisadores do mundo inteiro, especialmente por estudantes de mestrado e doutorado da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Por conta do grande interesse científico, foi criado o Núcleo de Pesquisas Ecológicas de Macaé (Nupem).

Este ano, a prefeitura de Macaé investiu no Nupem, construindo uma nova sede, com laboratórios com tecnologia de ponta, que fica pronta de julho. Também em julho, a UFRJ vai ampliar suas instalações no Parque de Jurubatiba. No Nupem, a universidade terá o primeiro campus avançado fora da cidade do Rio, oferecendo o curso de Biologia, que terá como terá como Jurubatiba como seu principal campo de pesquisas .

Criado em 1998, o Parque Nacional de Jurubatiba é uma Unidade de Conservação Federal que tem como objetivo conservar e preservar, para fins científicos, educacionais, paisagísticos e recreativos, os seis patrimônios naturais. Com 14.860 hectares, sendo 44 Km. de costa, o Parque está inserido em planície arenosa costeira. A área em questão, embora seja regionalmente conhecida como restinga, é na realidade um conjunto de ecossistemas diferenciados pela elevada biodiversidade e grande fragilidade ecológica.

A região abriga ainda 18 lagoas costeiras. A restinga de Jurubatiba é um trecho único do litoral brasileiro, o qual é biograficamente diferenciado das demais, através de processos ecológicos, de fauna e flora características. Recentemente foram identificadas várias espécies novas de crustáceos planctônicos, como os copépodes Diaptomus azurea e Diaptomus fluminensis.

As formações vegetais de Jurubatiba não são encontradas em outros trechos do litoral fluminense, possuindo elevado número de espécies endêmicas, que por sua restrita distribuição geográfica estão ameaçadas de extinção.Entre as espécies da flora da restinga de Jurubatiba, encontram-se muitas de valor econômico, além de um importante banco genético com enormes possibilidades para o homem.