Foto: Equipe Secom
Patrulheiros atuam em rede de combate à violência contra a mulher
A atuação da Patrulha Maria da Penha (Lei 4.350/2017) em Macaé está completando um ano. Para marcar a data, foi iniciada uma programação especial no Paço Municipal nesta segunda-feira. As atividades prosseguem nesta terça-feira (8) com a apresentação dos resultados do trabalho realizado neste período. O objetivo também é dar prosseguimento à capacitação "Pérola" aos integrantes da equipe, apresentar o mapa da violência traçado e quais são as medidas protetivas definidas pelo Judiciário e/ou assistidas, referenciadas e acompanhadas pela equipe técnica do Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam).
A programação de segunda contou com a participação do juiz da 1ª Vara Criminal da Comarca de Macaé, Wyclife de Mello Couto, que tirou as principais dúvidas dos patrulheiros e detalhou como lidar processualmente nos casos de violência.
- A Patrulha Maria da Penha em Macaé é um avanço, pois presta assistência em caso que a Polícia Militar não consegue atender. A atuação impõe respeito - ressaltou o juiz.
Ele acrescentou ainda que a violência pode ser cultural, física, psicológica e moral, quando o agressor difama a companheira. "No Brasil as desigualdades entre homens e mulheres é cultural, não deveria ser desse jeito. Ainda temos muito que avançar com relação a isso e muitas vezes as mulheres não denunciam aos órgãos competentes que sofreram violência", acrescentou.
A coordenadora do Ceam, Jane Roriz, destacou que o trabalho realizado no município é referência para outras cidades do Estado do Rio de Janeiro.
- O nosso trabalho é diário, estou muito orgulhosa com a equipe de patrulheiros e do Ceam, pois estamos criando raízes, procurando dar um passo de cada vez - afirmou.
A coordenadora da Patrulha da Penha, Laila Bastos, também ressaltou a importância do encontro, marcado por momentos de aprendizado e troca de experiências para que o trabalho seja realizado da melhor forma com a atuação de toda a rede.
Equipe combate violência à mulher
O secretário de Segurança Pública, Luiz Monteiro, disse que o projeto foi amadurecendo com o cuidado de preparar a equipe, para que eles tivessem a capacitação necessária para atuar nos casos de violência à mulher.
- Há um ano, iniciamos a Patrulha Maria da Penha, com quatro pessoas e uma viatura. Agradeço demais a dedicação e o amor de todos que estão envolvidos nesse projeto - enfatizou.
O primeiro trabalho do encontro foi a apresentação da palestra "Emoções e Sentimentos", pelas psicólogas do Centro Especializado de Atendimento à Mulher, Lirian Carla de Sousa e Monalisa Poiares, que fizeram na oportunidade uma dinâmica em grupo, para ressaltar o envolvimento da equipe no cuidado com as assistidas da rede de proteção à mulher vítima de violência.
Para a patrulheira e guarda municipal, Viviane Cardozo, que participa da criação da Patrulha Maria da Penha desde 2016, os esclarecimentos são fundamentais. "Um coisa é a gente ter a teoria e a outra é depararmos com situações, onde temos dúvidas de até quando podemos agir judicialmente, dentro da lei", explicou.
Mapa da violência - De acordo com a coordenadora do Ceam, Jane Roriz, em 2017, o judiciário deferiu 124 medidas protetivas às mulheres vítimas de violência no município. Somente nestes quatro meses de 2018, foram deferidas 93 medidas. Segundo a coordenadora, dessas 93 medidas, apenas uma desistiu. Isso mostra que Macaé está conseguindo romper com o ciclo da violência. Nesse período de um ano foram atendidas 2,3 mil mulheres vítimas de violência no município.
Nesta terça-feira (9), o Delegado Adjunto da 123ª Delegacia de Polícia Civil de Macaé/RJ, Rodolfo Maravilha, está participando da programação com palestra até às 12h. Às 14h acontece a apresentação dos resultados do primeiro ano de atuação da Patrulha Maria da Penha em Macaé.
Mais informações poderão ser obtidas pelo WhatsApp: (22) 99707-2085 e telefones: 0800 282 2108 ou (22) 2796-1045.