Profissionais discutem Microcefalia em encontro da educação

28/06/2018 16:52:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Divulgação

Evento destacou importância do trabalho pedagógico feito em conjunto com os profissionais da saúde

As secretarias municipais de Educação e de Saúde reuniram profissionais e estudantes do município para trocarem experiências práticas para o ambiente escolar sobre o que a rede oferece as crianças vítimas de microcefalia e entender o que elas precisam para seu desenvolvimento. Eles mostraram a importância do trabalho pedagógico feito em conjunto com os profissionais da saúde de diversas áreas no primeiro Colóquio Intersetorial da Educação Inclusiva, que aconteceu, na Cidade Universitária, na manhã desta quinta-feira (28).

A mesa foi composta pelas profissionais da rede municipal de Saúde, a neuropediatra Lívia Lobo; pediatra e neopediatra, Jalneia Assis; fonoaudióloga Marília da Glória Gomes; Liana do Amaral terapeuta educacional e a fisioterapeuta especialista neurofuncional Luciana dos Santos. As mediadoras foram as professoras Garrolice Alvarenga e Nelita Araújo. No final das apresentações, o público pode tirar as dúvidas com perguntas e respostas.

Lívia Lobo disse que a microcefalia foi o que despertou o governo federal para a importância de políticas públicas para as crianças especiais com ênfase no suporte necessário dentro da saúde e educação.

- A microcefalia não é um diagnóstico. É um sinal clínico avaliado a partir do perímetro cefálico, ou seja, o tamanho da cabeça do recém-nascido, com base no sexo e peso, que deve ser medido até 24 horas a partir do nascimento no berçário onde são feitos exames físicos de rotina logo após o nascimento -, explicou. Ela acrescentou que o padrão mínimo considerado normal para o tamanho da cabeça é de 31,9 para meninos e de 31,5 para meninas, portanto, abaixo disso é considerado microcefalia.

Não há causa específica, mas os seus efeitos podem ser por substância química, vírus, bactéria, radiação e outros que podem levar, principalmente, ao retardo físico e mental, perda de audição, epilepsia, paralisia cerebral, comprometimento cognitivo de leve a grave e da coordenação motora. A maior incidência no país, segundo estatísticas do Ministério da Saúde, são nas regiões Norte e Nordeste.

Uma das recomendações dos profissionais é que, como, de outubro de 2015 para cá, 7.534 casos registrados de microcefalia têm relação com a zika, toda mãe que teve zika na gestação precisa fazer o acompanhamento do filho em centro de tratamento especializado até ele completar um ano de vida a fim de investigar se tem lesão no cérebro.

- A escola é uma extensão da vida da criança, por isto, é importante que a Educação e a Saúde andem juntas em assuntos tão importantes como este -, avaliou Garrolice Alvarenga.

Casa da Criança oferece atendimento especializado

O município de Macaé investe no atendimento especializado na Casa da Criança e do Adolescente e conta com assistência pediátrica pelo Programa Follow-up que trouxe importantes mudanças no acompanhamento de recém-nascidos até dois anos de idade e pelo Setor de Neuropediatria que atende crianças e jovens de 2 a 17 anos.

A porta de entrada ao atendimento é pelo Serviço Social que faz a triagem interdisciplinar que antecede o planejamento neurológico da criança, a partir daí encaminhada aos atendimentos específicos na própria rede. As informações foram passadas pela fisioterapeuta especialista neurofuncional Luciana dos Santos, que abordou, no Colóquio, “A microcefalia e outras desordens neurológicas”, com orientações práticas sobre o que a rede oferece nesses casos.

A Casa da Criança e do Adolescente está localizada à Rua Francisco Portela, 91, no Centro, de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h.