Riverton defende pólo petroquímico no Norte Fluminense

26/09/2005 18:25:53 - Jornalista: Janira Braga

RIO DAS OSTRAS - O prefeito de Macaé, Riverton Mussi (PSDB), defendeu nesta segunda-feira (26) a construção do pólo petroquímico – maior investimento já feito no Estado do Rio em um único projeto – na região Norte Fluminense. A Petrobras já divulgou que o pólo será instalado no estado, mas ainda não definiu se o empreendimento ficará em Itaguaí ou em algum município do Norte do Rio.

Riverton esteve com os prefeitos de Rio das Ostras, Carlos Augusto Balthazar (PMDB); Quissamã, Armando Carneiro (PSC); Campos, Alexandre Mocaiber (PDT); Carapebus, Rubem Vicente (PMDB); e o prefeito de Casimiro de Abreu e presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), Paulo Dames (PMDB), que lutam pelo pólo na região.

- Nossa reivindicação é que o pólo petroquímico fique no Norte Fluminense, não importa em qual cidade. O Norte do Estado tem todas as condições de infra-estrutura de abrigar a refinaria e está preparado para receber o empreendimento – afirmou Riverton. A mobilização dos prefeitos aconteceu nesta segunda, durante o seminário de oportunidades e troca de experiências promovida pela Ompetro, prefeitura de Casimiro e Associação Nacional dos Municípios Produtores (Anamup), no Hotel Vilarejo, em Rio das Ostras.

O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli de Azevedo, confirmou na semana passada, durante a Feira e Conferência Internacional de Tecnologia Naval e Offshore (Fenashore), em Niterói, que a estatal está finalizando os estudos para a definição do local do pólo petroquímico, mas ele não quis adiantar detalhes. “Estamos estudando as vantagens e desvantagens dos locais”, disse Gabrielli, acrescentando que o investimento vai gerar cerca de 75 mil empregos diretos e indiretos. Já o Secretário de Estado de Energia, da Indústria Naval e do Petróleo, Wagner Victer, afirmou, também na Fenashore, que acredita que o Norte Fluminense tem vantagens que podem se sobressair na definição da Petrobras. “Mas somente a estatal poderá dizer o local”, comentou.

Durante o seminário da Anamup, Riverton ressaltou que está em estudo a possibilidade de Macaé abrigar um novo porto, na região de Cabiúnas, o que facilitaria o escoamento da produção do pólo petroquímico, adicionado esta vantagem logística à região. Na Fenashore, o secretário de Estado Wagner Victer também havia comentado que Macaé tem condições de abrigar novas instalações portuárias. “Nossa luta é regional e o Norte do Estado tem vantagens sobre outras do Estado para abrigar o pólo”, destacou Riverton.

Para o presidente da Ompetro, Paulo Dames, foi positiva a reação da entidade quando a Petrobras anunciou o Estado do Rio como o local do pólo petroquímico, o que impulsionou o movimento a favor da região Norte. “Um empreendimento deste porte atrai indústrias que fornecerão subprodutos para o pólo, criando empregos em toda a região”, destacou Dames. O prefeito de Campos, Alexandre Mocaiber, acentuou que a união dos prefeitos é fundamental para a busca do pólo petroquímico para a região. “Este empreendimento vai alavancar um grande desenvolvimento”, disse.

Participaram do seminário em Rio das Ostras os secretários de Macaé de Comunicação Social, Romulo Campos; de Fazenda, Cassius Ferraz Tavares; de Governo, André Braga; de Obras, Tadeu Campos; de Meio Ambiente, Fernando Marcelo; o presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Fumdec), Jorge Tavares Siqueira e o vice-presidente do Fumdec, Luiz Kanda.

Secretário de Governo se reúne com governadora

O Secretário de Governo de Macaé, André Braga, representou o prefeito Riverton Mussi – que estava em compromisso previamente agendado fora do Estado - em uma reunião com a governadora do Rio, Rosinha Matheus (PMDB), ocorrida na casa dela, em Campos, no domingo (25). Os secretários de Comunicação Social, Romulo Campos e de Indústria, Comércio, Desenvolvimento e Energia, Alexandre Gurgel, também foram à reunião. Todos os prefeitos da Ompetro participaram ou enviaram um representante.

- Com o anúncio da Petrobras de instalação de um pólo petroquímico no Rio, a Ompetro se manifestou solicitando um encontro com a governadora para discutir a possibilidade da instalação da refinaria no Norte Fluminense – informou Braga, destacando que a Ompetro solicitou apoio da governadora. “Vamos fazer um grande movimento popular unindo Câmara, sindicatos, entidades, instituições e trabalhadores em geral para lutar pelo pólo petroquímico no Norte do Estado”, destacou o secretário.

Braga ainda informou que a Ompetro vai enviar uma solicitação ao presidente da Petrobras, com apoio da governadora, defendendo a construção do pólo na região. “O pólo petroquímico é um investimento permanente que vai dar sustentabilidade econômica à região com o fim do ciclo do petróleo”, analisou o secretário de Governo.

O investimento total da Petrobras, em parceria com empresas privadas, no pólo petroquímico, vai chegar a US$ 9 bilhões (R$ 20,7 bilhões). No projeto está incluída a construção de uma refinaria petroquímica que vai processar 150 mil barris diários de petróleo pesado, para produzir matérias-primas para as indústrias petroquímicas, como eteno e propeno. A Petrobras estima que as obras durem de quatro a cinco anos, quando está prevista a geração de 75 mil empregos diretos e indiretos. Na fase de operação, a expectativa é de geração de 15 mil empregos diretos e outros 30 mil indiretos.