Foto: Ana Chaffin
O bailarino e professor de dança do Art Luz, Alencar, em apresentação de coreografia em Joinville (SC)
No mundo experimentado pela juventude, há a necessidade de exemplos de vida que podem levar muitos adolescentes e jovens a buscarem meios que favoreçam uma vida sem criminalidade ou violência, que enfatize a arte, o esporte e a cultura. Isso ocorre com membros do Programa Art Luz, da Fundação Macaé de Cultura da prefeitura, que promove a disseminação aos moradores da periferia de conceitos válidos para a sociedade, como o afastamento das drogas e da ociosidade, além de levar ao seu público a ocupação da mente e dos pensamentos com atividades artísticas como a dança.
O jovem professor de dança do Art Luz, Alencar Rosa Ramos, de 20 anos, tem 25 alunos na Nova Holanda, onde ministra aulas de Hip Hop. Com família composta por mãe diarista, padrasto garçom e dois irmãos, ele, que está no programa há sete anos, passa aos alunos diversas orientações. Alencar dá aulas para crianças a partir de sete anos.
- Digo a eles que tenham bom caráter, boa índole, que não se deixem envolver pelo mundo das drogas, que queiram o melhor para os semelhantes, tentando ser melhores tanto na arte de dançar quanto em tudo na vida”, diz Alencar, que segundo seus alunos é um espelho de idealização positiva para se seguir e para se imitar.
Alencar comenta ainda que diante da sociedade, sente que amadureceu pelo fato de estar seguindo o caminho certo, além da alegria e da realização de ser um bom professor. "Passei, inclusive, a ajudar a minha família. Minha auto-estima e minha valorização como pessoa aumentaram significativamente", conta, orgulhoso.
Ele recorda que desde a infância sempre sonhou em ser professor de dança e a prefeitura de Macaé, via Art Luz, realizou seus sonhos. "Já me apresentei em teatros de São Paulo, Cabo Frio, Rio das Ostras e Casimiro de Abreu. Em Joinville (SC), dancei no Centreventos Cau Hanssen, em três festivais de dança (2006, 2007 e 2008). Defendi Macaé em diversas coreografias, mostrando que na nossa cidade há dança, cultura, teatro, inclusive para portadores de deficiência", evidencia ele, reportando-se ao grupo Portadores de Alegria.
Esperança
O jovem professor de Hip Hop afirma que tem uma esperança: que a Cia Art Luz de Dança e Teatro e todo o Programa Art Luz da prefeitura mobilizem os pais e as mães para que tenham maior consciência de que malefícios sociais e humanos como a violência urbana, o abandono e outros podem ser evitados por meio de valorização da cultura.
Alencar lembra da vitória ocorrida em Joinville no ano passado, quando foi aplaudido por oito mil pessoas, no Cau Hanssen, com a apresentação da coreografia “Todo Bobo”, da coreógrafa Alessandra Gripp, que venceu na categoria trio contemporâneo avançado, competindo com grupos de dança particulares de diversas cidades do Brasil.
- Dançar em Joinville é uma experiência fascinante e fantástica, uma vez que no festival de dança podemos admirar distintos estilos de bailarinos de variadas partes do mundo, das mais diversas classes sociais, comenta ele.
Na próxima edição do evento, o 27º Festival de Dança de Joinville, que se realiza entre os dias 15 e 25 deste mês de julho, Alencar vai atuar nas coreografias “Cinderela” e “Telma”, que participarão da Mostra Competitiva e da composição e arranjo de dança em “Estação 171 - Parada Radical”.