O aquecimento global tem provocado mudanças climáticas e a consequente elevação do nível dos oceanos. Isso tem gerado alterações no contorno do litoral brasileiro, em vários pontos. O processo, que tende a se acelerar tem provocando erosões, obrigando os municípios a reporem as praias destruídas pelo oceano.
Preocupado com a modificação da linha costeira que está transfigurando partes da Região litorânea Costa do Sol (Búzios, Cabo Frio, Rio das Ostras) e Norte Fluminense (Macaé, São João da Barra), e com os impactos socioeconômicos provocados pela erosão, o secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, através da coordenadoria de Unidades de Conservação da Semma, irá realizar na próxima terça-feira (28), no auditório do Paço Municipal a palestra “O aquecimento global e a erosão no litoral de Macaé e Região”.
Para proferir a palestra foi convidado o mestre em Geografia Marinha (UFRJ) e doutor em Ciências da Natureza com ênfase em Geomorfologia Costeira (Christian-Albrechts Universtat Kiel), Dieter Mueher, considerado um dos maiores especialistas brasileiros no estudo do litoral. O pesquisador é autor do estudo “Erosão e Progradação do Litoral Brasileiro”, publicado pelo Ministério do Meio Ambiente em 2007.
A palestra, prevista para acontecer às 14h, vai abordar o aquecimento global e como o aumento do nível do mar que pode interferir no desaparecimento de algumas praias; a mudança de direção dos ventos, quebrando o equilíbrio natural do transporte de sedimentos no mar e fatores que podem diminuir a areia nas praias. Além disso, os participantes poderão discutir sobre a construção de barragens nos rios, já que elas impedem as grandes enchentes, responsáveis por levar terra para o mar.
Já estão sendo convidados a participar do evento, os gestores públicos ambientais da Região, ambientalistas e a população em geral.
- Nossa preocupação com a depredação ambiental provocada por fatores como o aquecimento global, elevação do nível do mar, erosão na costa macaense e regional é o grande desafio. Temos a praia da Barra (Fronteira) em Macaé que sofre com a ressaca do mar; o pontal de Atafona, em São João da Barra, uma ocupação humana às margens da desembocadura do Paraíba do Sul, que começou a ser engolida pelo mar há meio século, entre outros – pontuou Vaz.
Desaparecimento de praias – Na costa fluminense existem exemplos de interferências adversas e consequentes do aquecimento global. A Praia Lopes Mendes, na Ilha Grande, em Angra dos Reis – região sul fluminense é um exemplo disso, onde o mar já penetrou três metros terra adentro, pondo à mostra as raízes das árvores e escavando cada vez mais o terreno. Outro município do estado às voltas com a força do mar é Maricá. Praias como Ponta Negra e Itaipuaçu ficaram menores e tiveram várias construções derrubadas por ressacas no fim dos anos 90, por conta da ocupação não planejada da orla e da vulnerabilidade natural ante o oceano, que continua erodindo a costa.