Atleta macaense paraolímpico é convocado para o Mundial de Basquete

25/03/2009 11:01:17 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Ana Chaffin

Os treinos foram intensificados para a melhoria física do atleta

Pela primeira vez na história do esporte de Macaé, um atleta paraolímpico se destaca e está sendo chamado para representar o Brasil no Campeonato Mundial de Basquete em cadeiras de rodas, na cidade de Paris, na França, em julho deste ano. Trata-se do macaense Luís Henrique, 20 anos, morador da localidade da Brasília, na Barra de Macaé. O atleta participa há mais de dois anos do projeto Paraolímpico de Basquete, promovido pela prefeitura, por meio da secretaria de Cultura, Esporte, Turismo e Lazer.

O projeto da prefeitura de basquete em cadeira de rodas foi implantando no primeiro governo do prefeito Riverton Mussi, em 2006, com a finalidade de integrar o deficiente no convívio social, promover o esporte, aumentar a autoestima e, é claro, a busca de vitórias em competições oficiais. O projeto da prefeitura é voltado para pessoas com deficiência nos membros inferiores, como paraplégicos, amputados ou com seqüelas de poliomielite, e começou com 10 participantes, e hoje já tem uma equipe que disputa campeonatos regionais e o nacional. Poucas cidades do Brasil têm essa garra de tocar um projeto paraolímpico.

Convocação - A convocação se deu graças a sua superação e ao desenvolvimento junto com o time que há um ano e meio disputou o campeonato carioca e o brasileiro da terceira divisão, consagrando-se vice-campeão, em Brasília. Isso capacitou a equipe paraolímpica a disputar o campeonato brasileiro da segunda divisão que irá acontecer no mês de setembro, em Recife.

- Este ano, tivemos a grata surpresa de ver um dos nossos atletas sendo convocado para a Seleção Brasileira de Basquete em cadeira de rodas, ele que se sagrou campeão da copa latina de juniores (Sub-23), no México, classificando-se automaticamente para o campeonato mundial que será realizado na França - revelou Antônio Carlos Magalhães, o Pulga, técnico da equipe Macaense de Basquete Paraolímpica.

Segundo Pulga, que já trabalha com a equipe desde 2006, normalmente um cadeirante leva de dois a três anos para poder competir, mas a equipe macaense já tem conseguido resultados expressivos em pouco mais de um ano e meio, nesse audacioso projeto paraolímpico que começou por iniciativa do prefeito Riverton Mussi, do Conselho Municipal da Pessoa Portadora de Deficiência (CMPPD) e da Secretaria Municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer. “O projeto paraolímpico, em Macaé, surgiu com a intenção de educar e dar orientação cultural às pessoas de pouca acessibilidade física, sensibilizando os portadores de necessidades especiais e ao mesmo tempo levantando sua autoestima”, disse.

Para o secretário de Esporte e Lazer, Alex Moraes, a convocação do atleta Luís Henrique é motivo de orgulho para a cidade, pois caracteriza um resgate social ao mesmo tempo em que motiva as pessoas especiais.

- O Luís Henrique é um exemplo disso, pois ao ser convocado para a seleção brasileira só nos enche de orgulho. É o maior exemplo de superação. Na equipe de cadeirante, os outros atletas já o veem como referência, destacou.

Exemplo de superação - O portador de necessidade especial Luís Henrique vem de uma família de baixo poder aquisitivo. O atleta macaense teve a perna esquerda amputada aos nove anos, por causa de um acidente no Rio Macaé, quando uma lancha o vitimou. A convocação para o Mundial Paraolímpico poderá mudar sua vida. “Estou muito feliz por poder contribuir para o esporte e tenho orgulho de ser paraolímpico macaense”, disse.

Os atletas paraolímpicos têm, em Macaé, toda a estrutura para treinar: um dos melhores ginásios do Brasil (Ginásio Municipal engenheiro Maurício Bittencourt) e um incentivo que é o bolsa-atleta. No caso de Luís Henrique, a prefeitura disponibilizou um staff técnico composto por nutricionista e um fisioterapeuta para acompanhar o mais novo atleta que se desponta no paraolímpico brasileiro.