Na busca por melhor qualidade de vida para dependentes químicos a comunidade terapêutica Shalom and Life promove aulas de educação física para seus internos. O intuito é que eles se libertem da necessidade de utilização de substâncias psicoativas e vivam com harmonia social e familiar.
Segundo a professora de educação física Elizabeth Brandão Simões, a atividade física atua de maneira a prevenir doenças crônicas, além de agir como agente atenuante em casos de doenças já instaladas. As aulas acontecem todas as quintas-feiras, pela manhã.
- Em situações de vício em álcool, quando ocorrem alterações nas enzimas hepáticas, o exercício físico contribui para a desintoxicação e o melhor funcionamento do organismo, melhorando as atividades dessas enzimas no sangue – assegura Elizabeth.
Já aqueles que têm dependência de fumo, a ginástica ou a caminhada atenua os ímpetos de vontade de fumar. Combate o estresse, o nervosismo e a ansiedade, aumentando a qualidade de vida.
Para os que querem abandonar o vício de substâncias psicoativas, como a cocaína, por exemplo – que aumentam o índice de massa corporal e a taxa de sobrepeso –, os exercícios físicos colaboram para diminuir a relação cintura-quadril. Isto, por sua vez, minimiza a predisposição para eventos cardíacos. “Dessa forma, são diminuídas a gordura abdominal e as taxas de triglicerídeos e de colesterol”, explica a professora.
Voltando à questão do álcool, que provoca quando utilizado cronicamente redução dos músculos, promovendo atrofia muscular, a prática de exercícios físicos também colabora para aumentar a massa muscular, evitando o desenvolvimento de miopatia (doença muscular que provoca a fraqueza dos músculos).
- Além disso, os 20 internos da comunidade terapêutica Shalom and Life, que praticam os exercícios físicos têm maiores evoluções psicológicas. É que estudos mostram que o auto conceito também aumenta, assim como, acontece maior adaptabilidade às normas éticas da sociedade – informa Elizabeth.
Ela acrescenta que o exercício físico combate o estresse, que diminui sua ação sobre a imunidade, de onde pode se afirmar que a pessoa que atua com atividade física tem maior proteção contra doenças.
- Em minhas aulas, quero promover maior interação entre os alunos, que podem se comunicar e se expressar através do corpo, sem meios verbais, mas mediante a corporeidade. Meu objetivo é que eles se desliguem das condutas que os levam à utilização de drogas – finaliza Elizabeth.
A prefeitura de Macaé apóia o trabalho da Shalom and Life, por meio do Fundo Municipal Anti-Drogas, enquanto a secretaria municipal Especial de Saúde cede os profissionais para atuarem na comunidade terapêutica.