Barra terá Hospital da Mulher

03/05/2005 11:27:49 - Jornalista: Eny Maria Rios

Representantes da Coordenadoria da Mulher e das secretarias de Obras e de Saúde visitaram na manhã desta terça-feira o antigo Hospital do Sase, desapropriado pela prefeitura, e que vai ser transformado no Hospital Municipal da Mulher. A visita, acompanhada pelo vice-prefeito Carlos Augusto de Paula, o Carlão, teve como objetivo analis ar as obras de ampliação que já foram feitas e propor pequenas mudanças para que a unidade possa ser credenciada pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

A expectativa é de que o Hospital da mulher fique pronto até o fim do ano.

O projeto é fazer com a unidade seja a base do programa de Planejamento Familiar, que está sendo desenvolvido pelo Gabinete do vice-prefeito. “A ampliação ficou muito boa, e vai atender perfeitamente ao que estamos planejando. Pelo que vimos hoje, precisamos apenas de algumas pequenas alterações”, disse Carlão. O médico Flávio David, que acompanhou a visita, também aprovou as obras de ampliação. “A planta foi feita de maneira funcional. Quem como eu conhecia o hospital antes fica impressionado com o que foi feito”, comentou o médico.

Com a mudança, o hospital ganhou uma sala de parto, duas salas de cirurgia, uma sala para recuperação dos recém-nascidos e uma sala pré-parto. O hospital conta ainda com consultórios médicos e odontológicos, sala de raio-x, ambulatório com entrada independente e nove enfermarias. Uma área que foi icialmente construída para ser de isolamento também poderá ser aproveitada para internação comum.

Planejamento com responsabilidade

O principal objetivo do programa de Planejamento Familiar é ajudar as famílias a crescerem com responsabilidade. O programa vai oferecer orientação sobre métodos anti-concepcionais reversíveis – como pílula, DIU e camisinha – e irreversíveis, entre eles as cirurgias de laqueadura de trompas e vasectomia. “Estamos desenvolvendo o programa seguindo todas as normas do Ministério da Saúde. Nosso objetivo é ajudar os casais a planejar sua família com acompanhamento médico. Não queremos incentivar as cirurgias, mas sim avaliar para que elas sejam feitas de forma responsável e dentro das normas”, explicou Carlão, que é médico obstetra e ginecologista.

Até chegar à decisão de optar pela cirurgia, a paciente passa por uma equipe multidisclipinar, formada por assistente social, psicólogo e enfermeiro. “E antes de tudo, a cirurgia tem que ser um desejo familiar, especialmente da mulher, pois é irreversível”, lembra a coordenadora do projeto, a enfermeira Luciene Aguiar. Ela explica que para a cirurgia ser liberada, é preciso que se siga as normas do Ministério da Saúde. Tanto a mulher quanto o homem têm que assinar um documento afirmando seu desejo de realizar a cirurgia, que só feita 60 dias depois que o documento foi reconhecido em cartório.

A mulher tem que ter mais de 25 anos, pelo menos dois filhos vivos, estar em plena capacidade civil e estar fora do ciclo gravídico-puerperal, ou seja, a mulher não pode estar grávida e tem que ter passado um espaço de tempo de pelo menos 45 dias do último parto. No caso do homem, as regras são as mesmas. “No homem, a cirurgia é bem mais simples, marcada com mais rapidez e não necessita de internação”, explicou a coordenadora.