Mais um grupo de profissionais da rede municipal de Saúde de Macaé será capacitado para trabalhar a técnica do Teatro do Oprimido com pacientes portadores de distúrbios mentais. A oficina demonstrativa será realizada na próxima quarta-feira (8), na Escola Municipal Maria Isabel Damasceno, em Macaé, de 9h às 16h.
Segundo o coordenador técnico do Centro de Atenção Psicossocial Betinho (Caps), Julio Cesar da Silva, o objetivo da oficina demonstrativa é sensibilizar os profissionais da área de saúde na utilização da metodologia do Teatro do Oprimido como forma de abordagem e tratamento, visando seu engajamento no programa Teatro do Oprimido, que já está em andamento no município, e já formou alguns profissionais.
A oficina, que será ministrada pela equipe do CTO Rio (Centro do Teatro do Oprimido do Rio de Janeiro), reunirá os multiplicadores formados e outros profissionais que desejam conhecer o método, para aplicá-lo em seu dia-a-dia profissional. A próxima capacitação de 20 horas acontece de 27 até 30 deste mês.
Idealizada pelo teatrólogo brasileiro Augusto Boal, indicado para o prêmio Nobel da Paz deste ano, a técnica do Teatro do Oprimido oferece a oportunidade, por meio da expressão artística, para que as pessoas exponham seus conflitos e suas angústias.
De acordo com a equipe técnica do CTO Rio, a parceria estabelecida há cinco anos entre o Ministério da Saúde e o Centro de Teatro do Oprimido para capacitação de profissionais da saúde mental do SUS nas técnicas do Teatro do Oprimido, com objetivos terapêuticos, vem propiciando uma relação mais humana entre portadores do sofrimento psíquico, seus familiares e os profissionais do SUS.
Desde que o teatro começou a ser implementado, os períodos de internação e de depressão diminuíram, a adesão ao tratamento aumentou, o consumo de drogas (medicação) baixou e a vontade de viver dos pacientes ressurgiu. Mais de 170 profissionais já foram capacitados no Brasil.
Saúde Mental – A rede municipal de Saúde de Macaé conta com diversos dispositivos na área de assistência terapêutica em saúde mental. Os centros de atenção psicossocial compõem esta rede que consiste no atendimento ambulatorial de atenção diária ampliada, que envolve todos os aspectos do indivíduo, que tem como princípio a sua inserção na sociedade.
O secretário de Saúde, Eduardo Cardoso ressalta que esta proposta terapêutica em saúde mental visa o cuidado em liberdade, a reabilitação e a inclusão social. O atendimento é multiprofissional, além de psiquiatra, atuam psicólogos, assistentes sociais, terapeutas ocupacionais, enfermeiros, entre outros.
Os usuários participam de oficinas (jornal, bijuteria, desenho, dança), passeios e outras atividades de inclusão.