A inclusão social, por intermédio da arte e da cultura, é um dos principais ganhos para os participantes do Programa Art Luz. Por meio das aulas de dança de rua, promovidas pelo programa da prefeitura, vários jovens vêm conseguindo aumentar a auto-estima, e muitas crianças e adolescentes da periferia de Macaé estão se voltando para o aumento do aprendizado e para suas famílias, afastando-se da criminalidade e da violência.
O Programa Art Luz da prefeitura de Macaé desenvolve diversas atividades promotoras da inclusão social. No bairro das Malvinas, por exemplo, as aulas de dança de rua do professor e ex-aluno Fabiano Coelho da Silva, de apenas 21 anos, reforçam o caráter humano e educativo de quase 50 crianças e adolescentes, com idades entre oito e 19 anos.
Além dos treinamentos e dos exercícios em busca dos movimentos ritmados e simétricos, os alunos e alunas experimentam um ambiente familiar, evitando também a ociosidade nas ruas. O aprendiz de dança de rua José Leandro Benedito da Silva, de 19 anos, disse que depois que começou a participar das aulas de dança de rua, no início do ano, sua vida mudou. “Aprendi a respeitar mais meus pais e as pessoas, além de ter iniciado um trabalho como recepcionista”, declarou.
Filho de pai que trabalha numa madeireira e de mãe dona-de-casa, o jovem morador do bairro das Malvinas, que possui dois irmãos, tem aulas de dança de rua três vezes por semana: uma hora e meia cada aula. “Gosto muito de dançar, sinto-me muito bem com esta atividade e quero ser professor de dança, viajando pelo mundo propagando esta arte”, deseja.
O professor de dança de rua, Fabiano da Silva, comenta ainda que as músicas que utiliza em suas aulas são nacionais, de grupos como DJ Alpiste e Apocalipse 16, e internacionais, como Kiki Frank e Ny-o. Ele utiliza também a coreografia que criou, intitulada “Sonho de Dançar”. Fabiano foi aluno do Programa Art Luz durante quatro anos, e passou a dar aulas no início de 2008.
Dança de Rua no mundo e no Brasil
As primeiras manifestações de dança de rua surgiram na época da grande crise econômica dos EUA, em 1929, quando os músicos e dançarinos que trabalhavam nos cabarés ficaram desempregados, indo para as ruas fazer os seus shows.
Em 1967, o cantor James Brown lançou essa dança através do Funk. O Break, uma das vertentes do Street Dance, que explodiu nos EUA em 1981 e se expandiu mundialmente. No Brasil, devido a elementos culturais natos, os dançarinos incorporaram novas maneiras de dança.
Em janeiro de 1991, foi criado na cidade de Santos, o primeiro curso de “Dança de Rua” no país, idealizado e introduzido pelo coreógrafo e bailarino Marcelo Cirino, com base em trabalho prático e de pesquisa, desde 1982. O curso virou projeto e para alguns: “religião”. Hoje sua repercussão mundial, retrata o reconhecimento do trabalho e não um simples modismo.