Dia Nacional da Mulher é marcado com debates sobre violência de gênero

01/05/2015 20:24:00 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Divulgação

A assistente social Sandra Caldeira, do Centro de Referência para Atendimento à Mulher provocou o debate

Para marcar o Dia Nacional da Mulher em Macaé, comemorado nesta quinta-feira (30), a subsecretaria de Política para as Mulheres, vinculada à secretaria de Desenvolvimento Social, promoveu um encontro sobre “Violência contra a Mulher”. O evento reuniu familiares dos adolescentes que cumprem medidas sócioeducativas em regime de semiliberdade no Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (Criaad), técnicos e responsáveis pela Instituição.

No encontro, os participantes compartilharam experiências, exemplos de vida e discutiram alternativas para o enfrentamento da violência doméstica e de gênero. Um dos principais pontos do debate foi o esclarecimento da Lei Maria da Penha, criada em 2006, para proteger as mulheres da violência doméstica, com uma inovação legal que impossibilita a vítima de retirar a queixa de agressão, a menos que isso seja feito perante o juiz, em audiência marcada exclusivamente com este fim.

A assistente social Sandra Caldeira, do Centro de Referência para Atendimento à Mulher “Pérola Bichara Benjamim”, um dos equipamentos municipais que oferece atendimento social, psicológico e jurídico para a mulher vítima de violência, provocou o debate com questionamentos reflexivos como: “Mulher gosta de apanhar? Provoca a violência? É o sexo frágil? A bebida alcoólica é que estimula o homem a bater na mulher? A violência contra a mulher é uma questão política, social, econômica ou religiosa?”.

Foram mostrados relatos em que a mulher em todas as suas fases foi vítima de violência e que devido ao seu “sexo frágil”, são assediadas tanto no trabalho, quanto em suas próprias casas moral e sexualmente, violentadas pelos maridos e muitas vezes não são contratadas só pelo fato de serem mulheres, ainda, são admitidas para fazer as mesmas tarefas que um homem, porém, seu salário é inferior.

Algumas mulheres manifestaram suas experiências pessoais e exemplificaram casos de mulheres que sofreram agressões físicas, mas que foram em busca dos seus direitos denunciando o companheiro. Quanto à questão de gênero, a geração atual de mulheres tem hoje uma participação mais ativa no âmbito fora do lar, e elas, em sua maioria, não se submetem às vontades masculinas, mas procuram realizar-se profissionalmente e serem independentes.

- Hoje, não deveríamos mais ser chamadas de sexo frágil porque evoluímos. Somos fortes, enfrentamos a vida como mãe, mulher, trabalhadora e dona de casa -, disse uma das participantes.

A coordenadora do Centro de Referência, Ilanna Pacheco, destacou as inovações da Lei Maria da Penha e falou sobre os tipos de serviços que são oferecidos pela subsecretaria de Política para as Mulheres, diariamente, a todas as mulheres que vivem em Macaé, tanto às vítimas de violência como aquelas que desejam apenas orientações sobre direitos.

Sobre a roda de conversa com a comunidade do Criaad, a subsecretária de Políticas para as Mulheres, Jane Roriz, afirmou que a data não poderia passar em branco.

- Promovemos este encontro com o intuito de esclarecer as famílias que a violência contra as mulheres ainda permeia muitos lares e que é preciso acabar com a violência de gênero. Hoje, elas já são mais de 46% da população economicamente ativa no país, 39% são chefes de família e estudam mais que os homens. Ainda assim, as mulheres enfrentam grandes desafios quando o assunto é a igualdade entre os sexos, seja dentro ou fora de casa. Entre os desafios estão as jornadas múltiplas, a violência contra a mulher, salários menores e pouco espaço em determinadas carreiras – explicou Roriz.


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