Empresas britânicas poderão fazer parceria com investidores de Macaé

12/09/2005 18:08:24 - Jornalista: Janira Braga

Grandes empresas britânicas poderão trazer seus negócios para Macaé e desenvolver parcerias com investidores locais. Esse é um dos resultados apresentados pelo prefeito Riverton Mussi, durante viagem de negócios ao Reino Unido. Por telefone, Riverton informou que a prefeitura vai buscar no município parceiros para as empresas que demonstraram interesse de investir em Macaé.

- Vamos viabilizar, por meio da secretaria de Indústria, Comércio, Desenvolvimento e Energia e do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social, a busca desses parceiros. A sala do empreendedor, que será inaugurada até o final do ano, será um ponto de referência – disse.

O prefeito avaliou como “excelente” a receptividade que a comitiva de Macaé está contabilizando no Reino Unido. Ele está acompanhado do secretário de Indústria e Comércio, Alexandre Gurgel; do presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Fumdec), Jorge Siqueira e dos vereadores pastor Jorge de Jesus e Maria Helena Salles. “Percebemos com clareza a evidência de Macaé no mercado internacional”, ressaltou.

De acordo com Riverton, a comitiva está articulando as possibilidades com investidores britânicos para em seguida, avançar nas negociações. O secretário de Indústria e Comércio reforçou que a parceria é viável porque as empresas britânicas possuem a tecnologia necessária para investimento e os empresários de Macaé podem criar meios para agilizar o empreendimento. “O empresário britânico tem a tecnologia para trazer equipamento. Entrando no mercado em parceria com empresas do município, poderá ter facilidades de logística, de cultura e relacionamento”, exemplificou.

Segundo o secretário, os investidores afirmaram que querem identificar oportunidades de Macaé, alinhadas aos produtos que eles disponibilizam. Já o prefeito informou também que além do contato com empresários de Aberdeen, na Escócia, e de outras cidades, o consulado britânico e o prefeito de Aberdeen recepcionaram a comitiva com cordialidade. Nesta terça-feira (13), a viagem de negócios prossegue com reuniões com o consulado britânico.

TREINAMENTO - O presidente do Fumdec destacou que nesta segunda-feira (12), a comitiva realizou três reuniões com empresas de treinamento, todas ligadas a uma universidade que tem apoio do governo local. “A universidade agrega dez mil alunos. Estamos articulando a possibilidade da Funemac se integrar neste processo por meio do Complexo Universitário”, disse, se referindo à Fundação Educacional de Macaé. Uma das empresas de treinamento trabalha com simuladores tecnológicos.

Siqueira comentou que a comitiva demonstrou interesse em desenvolver um intercâmbio mais expressivo entre Macaé e o consulado britânico. “Eles entendem que Macaé é um grande centro de instalação de indústrias e começam a criar alternativas de desenvolvimento”, observou. Segundo o presidente do Fundo, outra negociação aberta foi a possível inserção do Instituto Macaé de Metrologia e Tecnologia (IMMT) e do Laboratório de Engenharia e Exploração de Petróleo (Lenep) com as empresas de treinamento.

A comitiva almoçou nesta segunda-feira com um grupo britânico que começou a montar uma entidade semelhante a RedePetro, com foco, no entanto, para a discussão de alternativas para energia renovável.

Comitiva verifica semelhança entre Macaé e Aberdeen

O secretário de Indústria e Comércio comentou que existem similaridades entre Macaé e Aberdeen. “A Europe 2005 Oil & Gas é parecida com a Brasil Offshore, tendo caráter focado para negócios e não somente institucional”, constatou. Outra semelhança, de acordo com Gurgel, é que o governo de Aberdeen estimula que os próprios empresários locais se envolvam no setor de óleo e gás e não somente os empreendedores de fora. “O governo investe muito em capacitação profissional e mão-de-obra qualificada”, comentou.

Gurgel detalhou que antes do início da exploração do petróleo, Aberdeen tinha a agricultura e a pesca como atividades econômicas predominantes. “No início, Aberdeen recebeu empresas e mão-de-obra americanas. Mas foi despertado o interesse de investir maciçamente em mão-de-obra e capacitação profissional. E isso tudo é feito com recurso do governo nacional”, explicou, acrescentando que toda arrecadação do petróleo em Aberdeen é revertida para o governo nacional, que faz investimentos agressivos na capacitação.

- Estamos trocando experiência, colhendo informações para aproveitar em nossas ações em Macaé – disse, informando que a comitiva se reuniu com a vice-presidente do governo de Aberdeen, Katharine Dean.

Já a vereadora Maria Helena Salles comentou que a comitiva está recebendo um conhecimento amplo das ações, investimentos e estratégias para Aberdeen se tornar auto-sustentável, o que contribui para a tomada de decisões para Macaé. “Percebemos que as pessoas que vão morar em Aberdeen, vão com emprego certo, não gerando um desequilíbrio social. Visitamos as empresas que dão treinamento e atuam em desenvolvimento de recursos humanos e vimos o desejo deles de investir em Macaé”, constatou. Maria Helena também informou que o governo nacional do Reino Unido é responsável pela maioria dos serviços prestados à população.

O vereador pastor Jorge de Jesus ressaltou que a comitiva conheceu um sistema britânico de reciclagem de resíduos sólidos, o que despertou o interesse da implantação do sistema em Macaé. “Além disso, percebemos que os empresários olham Macaé com intenção de investir. O quadro está favorável”, avaliou.