Ensino Superior e Políticas Energéticas recebem cientista francesa para discutir o Hidrogênio Natural

19/03/2024 14:43:00 - Jornalista: Renatta Viana

Foto: Raphael Bózeo

Substância pode ser ser usada como fonte limpa e renovável de energia.

Na última semana, a Secretária Municipal Adjunta de Ensino Superior, Flaviá Picon e o Secretário Municipal Adjunto de Políticas Energéticas, Thiago Rocha Gomes, se reuniram na Cidade Universitária com a pesquisadora francesa, Corinne Arrouvel, que apresentou sua pesquisa desenvolvida no Departamento de Física, Química e Matemática da Universidade Federal de São Carlos - UFSCar, no campus Sorocaba (DFQM-So), que estuda o hidrogênio natural nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, que pode ser usado como fonte limpa e renovável de energia.

De acordo com a Dra. Corinne, o hidrogênio natural é encontrado na natureza como gás livre em camadas da crosta continental, nas profundezas da crosta oceânica ou em gases vulcânicos, gêiseres e sistemas hidrotermais. Sua formação aconteceu junto com a formação da Terra, ou seja, fonte renovável e até considerada infinita na escala humana. O processo de formação é dinâmico. Por isso, o volume do reservatório é um fator, mas se considera o aspecto dinâmico de formação. Existem modelos de pesquisa para estimar o tamanho dos dois maiores reservatórios do mundo, em Lorraine, na França e Albânia, efetivamente promissores, devendo fornecer energia suficiente na escala mundial.



“Tenho resultados bastante promissores, havendo teores ainda mais elevados a um metro de profundidade, significando que há potencial de reservatórios ainda maiores a serem descobertos no Brasil. Realizei essa pesquisa de medição de campo no Espírito Santo, que faz parte de um projeto financiado pela FAPESP, mas até agora os melhores resultados foram na Região dos Lagos. Em termos de energia, o hidrogênio é efetivamente mais potente que gasolina (2 ou 3 vezes mais em relação quilograma), e penso que vai superar o petróleo em quantia 'infinita' na escala humana”, pontuou Corinne, destacando a importância de sua pesquisa em hidrogênio natural.




Flaviá Picon aponta o que se destaca na pesquisa da cientista no que tange à utilização de energias renováveis.



“O hidrogênio natural, assim como o petróleo, precisa de tecnologia para ser extraído, uma vez que a gente só consegue esse acesso em áreas em que existem tanques naturais que preservam esse elemento. Como ele é extremamente volátil, sem a tecnologia adequada, a extração se torna não só inviável, como muito perigosa. A proposta da pesquisa da Dra. Corinne aponta o hidrogênio natural como a solução mais adequada para utilização em nosso em nosso meio. É um tema que ainda requer muita pesquisa, tecnologia, barateamento de custos e investimentos para que vire de fato uma realidade prática no mundo”.




Já Thiago Rocha, falou sobre as diversas vantagens e benefícios que essa pesquisa apresenta.



“O hidrogênio natural ainda oferece uma vantagem sobre os derivados do petróleo ao não liberar substâncias nocivas quando queimado. Um quilograma de hidrogênio possui três vezes mais energia quando comparado a um litro de gasolina, por exemplo. Ficamos felizes em receber a Dra. Corinne Arrouvel que nos traz esse olhar tão importante fruto de anos de dedicação em pesquisas”, pontuou o secretário de Políticas Energéticas.



Dra. Corinne Arrouvel
Dra. Corinne tem doutorado de especialidade Química e Física na Université Pierre et Marie Curie (La Sorbonne), França (2004); é professora associada na UFSCar-Campus Sorocaba e seus interesses são bastante amplos, multidisciplinares e vinculados a diversos temas ambientais, tais como a catálise heterogênea, corrosão, biocompatibilidade, as origens da vida, os poluentes orgânicos, materiais de energia, energia verde, geoquímica e mineralogia. Ela usa uma combinação de técnicas de simulações atomísticas (clássicas e quânticas) para caracterizar as propriedades estruturais, eletrônicas, magnéticas e vibracionais do estado sólido. Dra. Corinne é líder do Grupo de pesquisa CNPq: Modelagem computacional em ciências exatas e da Terra e ainda, igualmente interessada pela cultura musical popular brasileira raiz, ela se tornou musicista amadora, promovendo em particular o gênero chorinho.


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