A prefeitura de Macaé vai doar sedes próprias para entidades que oferecem serviços a pessoas portadoras de necessidades especiais. A novidade foi anunciada nesta quarta-feira (5) pelo prefeito Riverton Mussi, durante a abertura da I Jornada Nacional da Solidariedade, evento que acontece até sábado no Centro de Convenções Roberto Marinho (Macaé Centro). A intenção, segundo o prefeito, é que as entidades deixem de usar prédios alugados, reduzindo os custos de sua manutenção.
- As entidades ajudam muito o poder público no cuidado com estas pessoas tão especiais. Nada mais justo do que elas terem a sua sede própria. Já estamos estudando a doação de prédios próprios para a Associação Macaense de Apoio aos Cegos (Amac), Associação Macaense de Apoio aos Deficientes Auditivos (Amada), Associação de Pais e Amigos de Excepcionais (Apae) e Centro de Vida Independente (CVI), entre outras, disse o prefeito.
Outra novidade anunciada pelo prefeito foi o envio à Câmara de Vereadores de mensagem solicitando a criação da Secretaria Executiva de Acessibilidade e Direitos de Portadores de Deficiência, que ainda depende de aprovação da casa. “Nossa idéia é ampliar e melhorar os serviços de apoio ao portador de necessidades especiais oferecidos pela prefeitura”, disse Riverton.
Riverton disse ainda que é contra toda espécie de assistencialismo e a favor de qualificação adequada aos deficientes para que esses possam competir no mercado de trabalho, com dignidade e valorização de seus inúmeros talentos, em condições de superarem suas dificuldades e mostrarem suas competências.
O secretário especial de Desenvolvimento Humano, Jorge Tavares Siqueira, disse que Macaé é um pólo de atração para unir as diversas entidades que atuam com deficientes. “As instituições, junto com o poder público, estão agindo em prol do deficiente em nosso município. Além disso, são mais de 70 convênios na área social, com a aplicabilidade de R$ 19 milhões anuais no setor”, completou o secretário.
Para o presidente da Amac, Marcos Passos, é muito importante o suporte que o poder público municipal está oferecendo aos deficientes. “Queremos conscientizar empresas, famílias e sociedade em geral sobre a importância e o valor dos deficientes”, comentou Marcos, que ficou cego depois de um acidente de carro. Ele contou também que é preciso união, pois sozinho ninguém vai a lugar nenhum.
“É necessário desenvolvimento cultural, uma vez que fora da educação não há sustentabilidade”, assegura. Marcos Passos lembrou da luta pela inclusão dos cegos e que ser deficiente em Macaé não é difícil – há acesso ao ensino do código Braille na associação e na Escola Municipal Walter Boshiglia, exclusiva para deficientes visuais. A Amac é a organizadora da Jornada da Solidariedade, evento que deve reunir cerca de 40 mil pessoas até sábado. A jornada tem todo apoio da prefeitura, da Petrobras e do Governo Federal.
Também participaram da abertura da Jornada a diretora da Amac, Rita Barreto, o secretário municipal da secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social de Porto Alegre, Tarcízio Teixeira Cardoso, e o representante do Conselho Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade), Márcio Aguiar.