Hospital Pediátrico implanta brinquedoteca

20/04/2009 17:21:01 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Ana Chaffin

Psicóloga do Hospital, Maria Lusia, destaca importância social e psicológica da brinquedoteca

Implantar uma área de brinquedos para as crianças para influenciar positivamente os setores emocionais e psíquicos do público-alvo. Esse é o objetivo do Hospital Pediátrico Madre Teresa de Calcutá, que está implantando a brinquedoteca da unidade.

- A brinquedoteca está em fase de implementação. Ela vai colaborar significativamente para reduzir o tempo de internação, diminuindo ainda o estresse das crianças, que devido ao fato de ficarem internadas e afastadas de seus ambientes sofrem, pois também não aceitam sua situação – comenta psicóloga do Hospital, Maria Lusia Sarubi de Mello, acrescentando que os benefícios do espaço atingem emocionalmente toda a família.

Para a dona-de-casa Vanessa Gomes Peixoto, mãe de Lavínia Gomes Gonçalves, de três anos de idade, que sofre de pneumonia e está internada, a brinquedoteca é importante porque contribui para amenizar o sofrimento de sua filha.

Já Patrícia Ribeiro Batista, mãe de Júlia Ribeiro Batista Mendes Flores, de dois anos, que estava na unidade para fazer exames de Raio X, a brinquedoteca é muito válida, pois colabora para que sua filha se sinta melhor

Além da brinquedoteca, comandada pelo serviço de psicologia, que minimiza o sofrimento das crianças internadas, o hospital realiza atendimento de assistentes sociais, priorizando as demandas socioeconômicas de diversas famílias, conduzindo-as aonde podem resolver problemas de origem básica.

- Só no mês de março, houve cerca de 6,6 mil atendimentos pediátricos no hospital. Contamos também com otorrinolaringologista e oftalmologista para atenderem adultos e crianças – conta o diretor-técnico do hospital, Cláudio Monteiro, acrescentando que as principais doenças diagnosticadas são entre outras, infecções de vias aéreas superiores, como gripes, resfriados, otite e sinusite; diarréias e pneumonia.

Cláudio Monteiro é enfático ao afirmar o índice nulo de mortalidade infantil. “O índice de mortalidade infantil aqui na unidade é de quase zero por cento. Salvamos muitas vidas”, destacou. O público-alvo do Hospital Pediátrico é constituído por crianças de zero a 14 anos. Elas são atendidas por 49 profissionais de medicina ajudados por estagiários e acadêmicos que trabalham em regime de plantão. Ou seja, durante 24 horas equipe com cinco pediatras, um oftalmologista e um otorrinolaringologista, presta serviço no local, que fica na Rua Luiz Bellegard, em prédio anexo ao Asilo (Imbetiba).

- Além do mais, contamos com visitas diárias de outros três pediatras, que dão auxílio às crianças internadas. Temos 30 leitos disponíveis para internação – explicou o diretor-técnico, lembrando que na unidade oito enfermeiros também atuam em regime de plantão, auxiliados por 50 técnicos de enfermagem, que utilizam este modelo de trabalho, pois estão subdivididos para trabalhar em dias alternados – pontua Cláudio Monteiro.

Pessoal de apoio que compõe a recepção, o setor administrativo, a sala de Raio X e o serviço geral ainda fazem parte dos servidores atuando no Hospital, que também conta com sete assistentes sociais e uma psicóloga.

- Semanalmente a nossa farmácia é reabastecida conforme a necessidade. Temos disponíveis gratuitamente à população remédios como anti-térmico, antibiótico, xaropes, analgésicos e antiinflamatórios – detalhou.

Para a dona-de-casa Simone Brito dos Santos, de 28 anos, mãe de Fernanda Brito dos Santos, de sete anos, que sofre de diabetes e queda de pressão, os profissionais da unidade trataram a ela, sua filha e a sua família com respeito, carinho e amor. “Minha filha está passando por tratamento de saúde muito sério e temos sido bem acompanhados pela equipe do Hospital”, acentua.

Serviço Social

De acordo com a assistente social Rosana Videira Macedo, as famílias com pacientes internados no Hospital Pediátrico são abordadas socialmente, com o intuito de se analisar o perfil socioeconômico. Dessa forma, será possível averiguar as necessidades mais importantes.

- Detectamos os que têm demandas mais claras e específicas, encaminhando os usuários para a secretaria de Assistência Social, para o Catan, para o Programa Saúde da Família ou para a secretaria de Educação – explica a assistente social, ressaltando que são 25 famílias atendidas pelas assistentes sociais diariamente.

Psicologia

A psicóloga Maria Lusia Sarubi de Mello também disse que sua área de atuação abrange os setores de migração e de questão social. Sobre a parte de migração, ela explica que há famílias provenientes de diversas localidades do país, que não têm suporte familiar na hora da internação de suas crianças. “Nestes casos, estas famílias precisam, e muito, de apoio e suporte psicológico, a fim de que tenham mais estrutura e segurança interior”, disse.

Já os casos de temática social referem-se a pessoas que são vulneráveis e frágeis devido a sua situação de vida social, uma vez que carecem de condições e de infraestrutura material, econômica e financeira que colaborem para terem maior tranquilidade e comodidade. “Nestas situações, necessitam de nosso trabalho por sentirem fragilidade psicológica”, acrescenta, contando que já houve casos de pré-surtos de parentes com seus filhos internados.