HPM comemora cinco anos de funcionamento

03/04/2009 11:39:19 - Jornalista: Leonardo Cosendey

Foto: Ana Chaffin

O HPM foi inaugurado em 22 de março de 2004 e entrou em funcionamento em 5 de abril

Na próxima segunda-feira (06), o Hospital Público Municipal realiza uma solenidade em comemoração aos cinco anos de funcionamento da instituição, à qual estarão presentes os diretores, o secretário municipal de Saúde, Eduardo Cardoso, e o prefeito Riverton Mussi. A partir das 9h, os convidados participarão de um evento em que serão relembradas as realizações neste período e apresentados os planos para o futuro.

– Temos trabalhado muito desde que assumimos o hospital. Recolocamos em funcionamento ou pusemos em manutenção diversos equipamentos que estavam parados, desde monitores cardíacos a armadilhas para insetos. Além disso, as diretorias técnica e administrativa têm se esforçado para reduzir custos em material e pessoal, sem haver prejuízo no atendimento – explica o diretor-superintendente do HPM, Felipe Barreto.

Com o mesmo objetivo, complementa, que está sendo formada uma comissão de captação de recursos: “Queremos montar uma equipe capaz de lidar com convênios para procedimentos de alta complexidade. A verba que recebemos do SUS (Sistema Único de Saúde) cobre apenas a pequena e a média complexidade, e ainda assim é bem aquém do que precisamos”, afirma.

Um grande hospital para grandes urgências

O Hospital Público Municipal Dr. Fernando Pereira da Silva, mais conhecido apenas por sua sigla HPM, foi inaugurado em 22 de março de 2004 e entrou em funcionamento em 5 de abril. Contando com 19 especialidades médicas e dotada de modernos equipamentos para atender a quase todo tipo de emergência, em pouco tempo a instituição tornou-se referência regional no atendimento a vítimas de trauma, especialmente acidentes de trânsito, a maioria proveniente da rodovia BR-101.

Com área construída de oito mil metros quadrados, o HPM dispõe atualmente de 132 leitos, distribuídos por três enfermarias (masculina, feminina e pediátrica), três serviços de terapia intensiva (adulto, pediátrico e neonatal) e uma unidade de terapia intensiva. Por ele passa uma média de quase 45 mil pessoas por ano, cerca de 90% residentes em Macaé, a maioria em estado de urgência ou emergência. Com uma média anual de pouco mais de 320 óbitos (ou 0,73% dos pacientes que dão entrada na instituição), o hospital também é conhecido pela qualidade no atendimento: 77% dos usuários, de acordo com uma pesquisa de satisfação realizada em 2007, consideram-no “muito bom” ou “bom”.
De acordo com o diretor-superintendente do hospital, o segredo para manter a qualidade é investir na humanização do atendimento: “Estamos criando mecanismos para valorizar o vínculo entre profissionais e pacientes. Além da qualidade técnica que temos, é importante também um atendimento mais humano”, afirma. Segundo ele, outro fator para a melhoria é um diálogo mais estreito entre a Fundação Municipal Hospitalar e a Secretaria Municipal de Saúde: “Os dois órgãos, agora, têm uma parceria muito grande, o que torna mais fácil para a secretaria planejar as ações de saúde de base de forma a não sobrecarregar o HPM. Assim, o hospital fica livre para cumprir adequadamente com sua função, que é atender aos casos emergenciais”.

Aprimoramento profissional como meta

Além da qualidade no atendimento, o aprimoramento dos profissionais é uma preocupação constante do HPM: por isso, desde 2006 são promovidos eventos voltados aos profissionais de saúde de todas as áreas, em busca da troca e da construção de conhecimentos. Em 2006 e 2008 ocorreram os dois Congressos Multidisciplinares de Trauma, realizados pelo Centro de Estudos do HPM. Outro setor, o Departamento de Educação Continuada (DEC), vem desde o início de 2007 ministrando cursos de aprimoramento ou reciclagem para profissionais da saúde, sem se limitar apenas a uma listagem de procedimentos. “Nosso objetivo é democratizar o saber e dar ao profissional uma base teórica, de forma que ele possa ter um pensamento crítico a respeito de sua prática”, explica o chefe do DEC, o pediatra Rafael Vicente.

Além disso, no ano passado, foi firmado o convênio entre a Fundação Educacional de Macaé (Funemac) e a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), pelo qual o HPM passa a funcionar como hospital-escola para alunos das faculdades de Enfermagem, Nutrição e Medicina. Os diretores dos três cursos, em visita ao hospital, foram unânimes em apontá-lo como exemplar para o ensino: “Estou encantada. É um hospital com estrutura excelente e bem conservado. No Rio, temos hospitais até bem planejados, mas que sofrem com falta de manutenção. Não é o que estamos vendo aqui”, disse Maria Antonieta Tyrrell, diretora da Escola de Enfermagem da UFRJ, durante visita à instituição.