Faltam quatro dias para o I Fórum Municipal Anti-Drogas, evento promovido pelo Conselho e o Fundo Municipal Anti-Drogas, com apoio da prefeitura de Macaé. Será no Centro de Convenções Jornalista Roberto Marinho. Na quinta-feira (19), o fórum começa às 18h e na sexta-feira (20), vai das 9h à 17h.
O evento é intitulado I Fórum Municipal de Prevenção ao Tabagismo, Álcool e outras Drogas – Construção de Rede e Assistência. Na programação, haverá palestras sobre o tema proferidas por autoridades do setor. Cada projeto e instituição que trabalha com dependentes químicos na cidade fará uma apresentação, mostrando como são suas atividades.
Entre as instituições e projetos que atuam nesta área em Macaé está o Gênese, Caps ad Porto, Pastoral da Solidariedade, Shalom and Life, Girassol, Resgate e Proteção Primária. Todos recebem apoio da administração municipal. Associações de moradores, instituições de ensino e a comunidade estão sendo convidadas a participar do fórum, por seus organizadores.
Além desses, os profissionais que atuam nas esferas da saúde e do serviço social, juntamente com agentes que trabalham com crianças e adolescentes, também são convocados a participar do evento. Familiares de dependentes químicos são aguardados no evento.
Segundo a presidente do Conselho, Zoraia Braz Sobrinho Dias, o foco do fórum será o trabalho em rede, que interligará todas as instituições que atuam com dependentes químicos, em Macaé. “Nosso objetivo é melhorar a qualidade do atendimento, com cada instituição fazendo sua parte dentro da rede”, afirma.
A abertura do evento contará com representantes do Executivo e Legislativo de Macaé, além de profissionais do Ministério da Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, da Coordenadoria Estadual de Álcool e outras Drogas, do Conselho Estadual Anti-Drogas, e pessoas vinculadas à Secretaria Nacional Anti-Drogas (Senad).
Conforme a programação, no segundo dia do evento (20/6), haverá painel com o delegado da Delegacia de Narcóticos de São Paulo, Carlos Magno, o representante da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (DF), Jorge Francisco Kell, e com a presidente do Conselho da Associação Brasileira de Álcool e Drogas, Lílian Catão.
- Eles tratarão, entre outros assuntos, dos temas “Como se constrói uma rede e como se trabalha em rede” – ressalta a presidente do Conselho Municipal Anti-Drogas. Ela ainda diz que sobre esses objetos de estudos e debates também falarão profissionais da Secretaria Especial de Prevenção em Dependência Química da cidade do Rio de Janeiro.
Haverá também oficinas sobre tabagismo, álcool e outras drogas e tratamento para crianças e adolescentes. Ao final, atores e atrizes farão apresentação teatral com o tema Prevenção.
Mais informações pelos telefones 2791-5304 ou 2759-8759.
Projeto Gênese
O Projeto Gênese funciona há 14 anos em Macaé, atendendo aos usuários de drogas. De lá para cá, já passaram pelo projeto cerca de cinco mil pessoas. Hoje em dia, são 30 dependentes químicos freqüentando o projeto, que fica na Rua Arthur Coelho 64, recebendo apoio e suporte da prefeitura de Macaé.
A atividade do Projeto Gênese, que faz o diferencial no tratamento, é a laboterapia (terapia do trabalho). Desenhos em madeira, devidamente envernizados, quadros e entalhes, também em madeira, cestas de jornal e trabalhos em telhas são produzidos pelos pacientes. Segundo o conselheiro em dependência química, Isaías do Desterro, os trabalhos dos que estão buscando a recuperação desenvolvem a paciência, promovendo a sensação de utilidade para eles. “Além do mais, a relação desenho e significado colabora para o âmbito emocional dos dependentes químicos, uma vez que eles se soltam quando entalham e desenham na madeira, liberando – através da arte - traumas vivenciados no passado”, ressalta Isaías. Ele observou que parte do material produzido é vendida às famílias que visitam o projeto.
Outra ação do Gênese, que será relatada no I Fórum Municipal Anti-Drogas, são os vídeos educativos e as dinâmicas de grupo. Segundo Isaías, o fórum vai colaborar para integrar e promover a troca de experiência entre instituições e projetos que tratam com usuários de drogas na cidade. “Os serviços prestados também serão mais conhecidos pela população”, comenta Isaías.
No Projeto Gênese, que significa origem, início, princípio, existe trabalho de assistente social, psicóloga, técnica de enfermagem e de dois conselheiros em dependência química. Entre outras ações, eles também fazem palestras em empresas, plataformas e em instituições de ensino, com o objetivo de enfatizar a importância da prevenção, para evitar males decorrentes aos que são curiosos e querem experimentar drogas chamadas lícitas (cigarro e álcool) e ilícitas (maconha, cocaína, LSD e outras).
Nesse trabalho, folders e cartazes são utilizados para reforçar as falas dos especialistas. Mostram, inclusive, fotos de dependentes totalmente desfigurados, que chegaram ao fundo do poço e precisaram de internação médica com urgência. No Projeto Gênese, há duas salas para atendimento aos usuários, um escritório, uma cozinha e uma oficina, onde eles extravasam suas emoções por intermédio da arte e da cultura, quando a criatividade é acionada.