A comunicação humana foi o tema destacado pelo pós-doutor em Filosofia Política, Luiz Eduardo Soares, no encerramento da III Semana Universitária Integrada, na sexta-feira (23), na Cidade Universitária. Com palestras, workshops, apresentações culturais e a I Mostra de Trabalhos Acadêmicos, a Secretaria de Educação (Semed), que promoveu o evento, buscou divulgar o conhecimento produzido nos cursos das três instituições de ensino superior (FeMass, UFRJ e UFF) para os estudantes e para a sociedade.
A Orquestra Popular de Macaé (OPM), que abriu o evento, entusiasmou o público universitário com repertório de MPB com embalo jazzístico. Em sua explanação sobre “O desafio social do conhecimento”, Luiz Eduardo Soares ressaltou a comunicação humana como instrumento de superação para esse desafio.
A Internet e a extensão universitária foram apontadas pelo professor como ferramentas que possibilitarão a democratização do conhecimento e o acesso à informação. Ele frisou a necessidade da sociedade buscar alternativas para romper com os grandes monopólios da comunicação, a grande mídia.
- É indispensável pensarmos nossa atividade e nosso preparo profissional refletindo sobre esse novo mundo. A capacidade que temos de compartilhar informações, de passar pelos grandes grupos, abre novas possibilidades de transmissão de conhecimento, enfatizou Luiz Eduardo se referindo ao desenvolvimento das novas tecnologias de comunicação. “A sociedade está se transformando diante de nós e se impõe transversal e supradisciplinar”, completou.
Também a extensão universitária foi valorizada pelo antropólogo social, que abordou o papel da universidade: “Que (as universidades) saiam da torre de marfim e ponham o pé na lama. Há um diálogo a ser travado com a sociedade que é muito importante” e concluiu enfatizando que “As novas tecnologias devem ser criadas para servir a quem não tiver aqui (no ensino superior). A extensão universitária cumpre um papel cada vez mais importante, identificando talentos e valorizando culturas”.
Entre outras abordagens relativas ao tema, Luiz Eduardo, na palestra e durante o debate com os estudantes, citou a criminalização da pobreza, o preconceito racial e econômico e a necessidade de novos paradigmas sociais, como a “Cultura da Paz”. Para isso, ele ressaltou que é preciso desconstruir a masculinidade hegemônica na sociedade, vinculada à agressividade, e também “reinventar a imagem feminina” que, atualmente, muitas vezes, reforça esse modelo masculino.
Para valorizar e potencializar a “Cultura da Paz”, no próximo mês, o cantor de rap MV Bill; autor, com Luiz Eduardo Soares e Celso Athayde, do livro "Cabeça de Porco" (2005) e também do livro e documentário “Falcão- Meninos do Tráfico”, estará na Cidade Universitária. MV Bill é um dos fundadores da Central Única de Favelas-Cufa, responsável por várias atividades sócio-educativas nessas comunidades.