Iluminação Teatral foi tema de oficina da Fundação de Cultura

21/10/2008 09:02:03 - Jornalista: Andréa Lisbôa

A Fundação Macaé de Cultura concluiu no último sábado (18) a “Oficina de Iluminação Teatral”, que contou com a participação de técnicos, artistas, entre outros profissionais. A oficina de três dias, realizada no Teatro Municipal de Macaé, foi coordenada por Ubirajara Vasconcelos, iluminador de teatro e delegado do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos e Diversões- SATED-RJ.

A oficina da Tempus Comunicação, empresa de criação, produção, consultoria e prestação de serviços na área da cultura, e da ong Casa de Criação de Dramaturgia, fundada há dez anos, atuante nos setores cultural, educacional e social, é uma das dez promovidas pela Fundação Macaé de Cultura este ano.

Entre os conteúdos tratados no workshop estiveram: o conceito de iluminação e as funções de um iluminador; a apresentação do material elétrico e das normas técnicas; noções de elaboração de mapa de palco, além de tratar da parte elétrica. Os alunos foram convidados a assistir uma peça em cartaz no teatro para discutirem sobre diversos aspectos relativos ao tema, com uma base concreta. O iluminador desse espetáculo, integrante da turma, participou do debate.

De acordo com Ubirajara Vasconcelos, não há muitas informações disponíveis sobre iluminação no Brasil, por não existirem escolas profissionalizantes para iluminadores. “Geralmente o profissional é autodidata e tem poucas informações técnicas”, disse o palestrante.

Ubirajara que é autodidata coordena cursos de iluminação há 15 anos, trabalha na área há 35 anos e está na terceira gestão do Sated. “Há pouca literatura sobre iluminação cênica. Encontramos a alemã, através do Instituto Goethe, no Rio de Janeiro, e a americana”, observou.

Ele explica que a carga horária do curso foi reduzida porque o objetivo da Fundação Macaé de Cultura é oferecer o maior número possível de oficinas intensivas a fim de despertar para o interesse pela qualificação profissional em diferentes áreas da produção cultural.

Segundo Ubirajara, o leque profissional é muito grande nessa área. Abrange não apenas o teatro, mas as iluminações escultural, arquitetônica, decorativa e residencial. “A procura é grande e são poucos os profissionais no mercado que está em expansão. O primeiro caminho é assistir a espetáculos, tentar pesquisar e fazer estágios”, orientou.

A atriz Nataniele Moura Pascoal, formada pela Escola Municipal de Artes Maria José Guedes e integrante do grupo de teatro “Quartzos”, elogiou a iniciativa da Fundação Macaé de Cultura. “Essa oficina ampliou bastante minha percepção. Considero que o ator tem que saber de tudo um pouco na sua área”, disse.

Luiz Bispo, fotógrafo com 23 anos de profissão, participa de seminários, de congressos e de cursos por considerar muito importante a atualização profissional. “Principalmente com a migração em várias áreas da tecnologia analógica para a digital, o profissional tem que se reciclar para não ficar atrás no mercado que é competitivo”, considera. Ele decidiu participar desse workshop para poder orientar e sugerir sobre a iluminação de espetáculos a profissionais principalmente de Macaé.

Luiz Bispo observa que, se utilizada inadequadamente, a iluminação prejudica a documentação de espetáculos. “Aprendi muito e considero que certos equívocos nessa área não vão acontecer mais nesse teatro, porque muitas pessoas que estão participando da oficina atuam aqui”, ressaltou.