Macaé participa da Feira Brasileira de Ciências

13/03/2009 15:26:35 - Jornalista: Alexandre Bordalo

Foto: Divulgação

Os Alunos Arthur (esquerda) e Vinicius apresentarão o Trabalho Tungíase: Informação é o melhor remédio na Universidade de São Paulo.

Os trabalhos macaenses “Tungíase: Informação é o melhor remédio” e “Citogenética de Peixes” foram selecionados entre mais de dois mil projetos de todo o país como finalistas para participar da sétima Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace). O evento começa na próxima terça-feira (17) na Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o coordenador da Feira Macaense de Ciência, Tecnologia e Inovação (Femacti), Marcelo Machado, que vai acompanhar os projetos de Macaé na capital paulista, 27 estados brasileiros concorrerão a diversas premiações na Febrace, cujos vencedores poderão representar o Brasil na International Science & Engineering Fair – 2009, em Reno, em Nevada (Estados Unidos da América).

- Os finalistas terão a oportunidade de participar de diversas atividades e visitas monitoradas a laboratórios, institutos e museus da USP, assim como de palestras e oficinas – conta Marcelo Machado. Ambos os trabalhos são do Colégio Estadual Luiz Reid. A viagem a São Paulo, o grupo macaense fará nesta segunda-feira (16).

Tungíase: Informação é o melhor remédio

Informar sobre Tungíase (bicho do pé), doença que é comum em regiões da periferia com pouco saneamento básico e presença de suínos, é o objetivo dos alunos do terceiro ano do segundo grau, do Colégio Estadual Luiz Reid, Vinicius Barreto Lima e Arthur Gil Barroso Rosa.

O trabalho é apresentado com slides, banners, utilização de microscópio e distribuição de panfletos. Isso aconteceu durante a Feira Macaense de Ciência, Tecnologia e Inovação – uma atividade da prefeitura de Macaé -, ocorrida em setembro do ano passado no Macaé Centro, quando eles ficaram em primeiro lugar, competindo com mais de cem trabalhos de instituições de ensino do município de Macaé.

- Poderíamos trabalhar com assuntos referentes à tecnologia, mas preferimos esse sobre ciências biológicas, que trata da área de parasitologia. Pesquisamos várias doenças, como Aids e dengue, que são mais conhecidas, e verificamos que tungíase (bicho do pé) não é muito conhecida pela população – conta Arthur.

Já Vinícius afirma que as pessoas precisam saber que tungíase não é uma doença que se resolve de uma hora para outra, mas é evitada com higiene, com o fato de se evitar lugares com pouca luz e contato com suínos. “O bicho de pé é uma pulga entre as mais de 2500 espécies de pulga catalogadas. Muita gente pensa que cachorro passa a doença mas não é verdade”, explica.

Durante a apresentação do trabalho Tungíase: Informação é o Melhor Remédio o público pode conferir no microscópio a diferenciação das espécies de pulga doméstica e de Tunga Penetrans, a causadora do bicho do pé.

Eles fizeram pesquisa em diversas instituições de ensino, coletando informações e dados com cerca de 350 alunos com idades acima de 14 anos. Questionaram o que é a doença, se as pessoas já a haviam contraído, como ficaram curadas. Descobriram que a maioria dos que já tiveram a tungíase são moradores do bairro Lagomar e que nas instituições de ensino não havia conhecimento satisfatório da doença.

Segundo Arthur, independente da participação na Febrace, a principal função do trabalho é colaborar para disseminar informações sobre a Tungíase, evitando a proliferação da doença por falta de conhecimento.

Citogenética de Peixes: um trabalho macaense para o Brasil ver

O projeto Citogenética de Peixes, que será apresentado pela aluna Thamires Miguel da Costa, de 17 anos, do terceiro ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Luiz Reid, também vai participar da Febrace.

A aluna Thamires disse que seu trabalho mostra um estudo pormenorizado de cromossomos, pela forma, número e tamanho. “Nosso objetivo com o estudo é detectar se existe evolução das espécies comparando com a literatura já existente sobre o tema evolucionista”, pontua ela.

Explica também que alguns peixes como Lambari, Acará e Linguado foram estudados, analisados e dissecados, quando constatou-se a presença da evolução. Segundo disse, este projeto pertence ao Programa Jovens Talentos da Fundação Carlos Chagas Filho do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que promove pesquisas em todas as cidades fluminenses.

O Núcleo de Pesquisa em Ecologia e Desenvolvimento Sócio-Ambiental de Macaé (Nupem), por ser conveniado à Faperj, desenvolveu o projeto, cuja orientadora é a professora de genética Marisa Fagundes Carvalho de Azevedo, sendo a professora de biologia Martinha Pimentel a co-orientadora.