Macaé reduz índice de casos de Dengue, mas prossegue firme no combate à doença

04/10/2011 16:28:13 - Jornalista: Carla Cardoso

O município de Macaé é um dos poucos no Estado do Rio de Janeiro que teve diminuição de casos oficiais da doença, comparando os períodos de janeiro a setembro de 2010 e janeiro a setembro deste ano. Em 2010, foram 1575 casos confirmados no município. Já em 2011, forma 569 casos, representando uma queda de 61,4%.

Apesar de satisfatórios, os números anunciados não deixam o município fora de alerta, visto que o estado do Rio está em iminência de epidemia da doença e, muitos municípios vêm mantendo os índices elevados. Nesta terça-feira (4), foi realizada uma reunião no Conselho Municipal de Saúde, onde foram repassadas as preocupações e ações, visto que há no Estado, um alerta de epidemia.

Laila Nunes, coordenadora geral de Saúde Coletiva da Secretaria Municipal de Saúde de Macaé, explica que a diminuição do índice de caos da doença se deve a fatores como o caráter de mudança constante da cidade, que cresce e se desenvolve muito rápido. Para a especialista, o maior desafio será o combate ao vírus tipo 4, que foi introduzido no Estado.

– Por ser um vírus novo, ainda não há imunidade. Esse vírus tinha entrado na região Centro-Oeste do país, e fez muitas vítimas. Mas agora está em nosso estado e temos que trabalhar muito para enfrentar essa epidemia que está pra chegar – observa.

Ações nos bairros com maior incidência do mosquito (Malvinas, Botafogo, Virgem Santa e Horto) estão sendo planejadas, como os mutirões e a realização de um evento, denominado Dia D, ainda sem data definida. O evento vai ser realizado após a publicação do resultado do L.I.R.A., um Levantamento para saber o índice de infestação do Aedes aegypti, no fim do mês.

– Vamos fazer a capacitação de profissionais, tanto da às escolas e fazer trabalhos por meio de teatro e outras ações para mobilizar os alunos. Também continuamos com o trabalho de rotina de prevenção na cidade, em relação aos criadouros das larvas do mosquito e também questões da saúde da pessoa infectada, com orientações sobre a hidratação, o repouso – acrescenta a coordenadora, lembrando que o projeto tema a parceria de outras secretarias municipais, Associações de Moradores, Defesa Civil, CCZ, Bombeiros e até Exército.

Dez minutos contra a Dengue – Na reunião também foi registrado o início da campanha "10 minutos contra a dengue", idealizada por pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC\Fiocruz) e lançada pelo Governo do Estado. O objetivo da campanha, inspirada em uma estratégia do governo de Cingapura, é estimular as pessoas a investir 10 minutos da semana para eliminar possíveis criadouros do mosquito em suas casas, já que o ambiente doméstico concentra 80% dos focos.

Os agentes de saúde dos municípios ficarão responsáveis por levar o guia “10 Minutos Contra a Dengue” à população durante visitas às casas. Este material traz orientações sobre como é ficar atento a situações como calhas entupidas, caixa d’água destampada, ralos no quintal acumulando água da chuva, o pratinho embaixo do vaso, além de deixar baldes e garrafas viradas com a boca para baixo. O guia usa linguagem simples e didática para que os moradores criem o hábito de fazer a vistoria em suas casas semanalmente dispondo apenas de 10 minutos.

Confira os dez pontos para a prevenção:

1. Manter a caixa d’água totalmente vedada e virar os baldes com a boca para baixo
2. Remover folhas, galhos e tudo que possa acumular água nas calhas
3. Galões, tonéis, poços, tambores e barris de água para consumo devem ser totalmente vedados
4. Guardar os pneus sem água e em lugares cobertos. Garrafas devem estar vazias e sempre com a boca para baixo
5. Manter ralos limpos e com uma tela para não formar criadouros
6. Verificar se as bandejas de ar-condicionado estão limpas e sem acúmulo de água. Bandejas de geladeira também podem se tornar criadouros para o mosquito
7. Encher e verificar semanalmente vasos sanitários fora de uso ou de uso eventual
8. Esticar bem as lonas usadas para cobrir objetos ou entulho para não formar poças d’água
9. Limpar e tratar piscinas e fontes com produtos químicos específicos
10. Plantas como bambu, bananeiras, bromélias, gravatás, babosa, espada de São Jorge e outras semelhantes também podem acumular água.