Meio ambiente é responsabilidade de todos, diz secretário ambiental

Ao monitorar o ecossistema Lagoa Imboassica e conceder entrevista para um canal de TV regional na manhã desta quinta-feira (7), o secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz, conclamou a população do entorno a colaborar com as medidas de proteção do ecossistema, não interligando esgoto na rede pluvial que escoa para a lagoa, pois essa atitude causa impacto, provocando um desequilíbrio ambiental e sugeriu a utilização de detergentes biodegradáveis.

- O meio ambiente é responsabilidade de todos, diz a Constituição Federal! A secretaria de Meio Ambiente (Semma) está fazendo todo o monitoramento possível da lagoa. A colaboração da população é importantíssima pois a concentração de poluentes serve como nutriente para proliferação das algas tóxicas - disse, explicando que esses nutrientes alimentam espetacularmente todo organismo que quiser ali viver, principalmente as cianobactérias, ou algas tóxicas, como são comumente conhecidas. Estas acabam liberando toxinas e roubando o oxigênio da água, causando a mortandade de peixes.

Ele garantiu que a determinação do prefeito Riverton Mussi é para que seja retirado todo o esgoto da lagoa.

- Tivemos uma reunião do prefeito com os secretários de Obras, Tadeu Campos e com o presidente da Empresa Municipal de Saneamento e Águas (Esame), Marcos Túlio e assumimos o compromisso de despoluir a Lagoa Imboassica, retirando todo material que cause degradação. Sabemos que o problema do esgoto não é recente, pois a lagoa já o recebe há alguns anos. A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Mutum já está em fase de testes e assim que estiver pronta, o escoamento da região será direcionado, beneficiando mais de 15 mil pessoas e evitando que esgoto in natura seja lançado na lagoa – assegurou, completando que a ETE vai tratar o esgoto sanitário de localidades situadas próximas à lagoa, como Mirante da Lagoa, condomínios e residências do São Marcos, Imboassica, Morada das Garças, entre outras.

Outros fatores impactantes – Durante a entrevista, o secretário apontou outros fatores de probabilidade que se relacionam com o fenômeno da mortandade dos peixes e a invasão dos insetos. Um deles são as mudanças climáticas, que alteram a biomassa total, produtividade e composição de espécies da vegetação ripária de lagoas costeiras e rios, alterando a quantidade e qualidade da matéria orgânica que chega a estes ecossistemas, os outros são a falta de vento e a elevação da temperatura. “A temperatura pode ser também uma das responsáveis pelas alterações no ecossistema. Hoje constatamos de novo que a temperatura da lagoa estava a sete graus acima do normal”.

Análise da água – Na análise preliminar do relatório técnico ambiental do Instituto Federal Fluminense (IFF) sobre a água coletada na Lagoa Imboassica, no último mês de dezembro, constam dados sobre a análise de nitrogênio e fósforo (encontrados em grande quantidade), demanda biológica de oxigênio, turbidez e oxigênio dissolvido, com níveis máximos e mínimos tolerados para os diversos parâmetros físico-químicos e bacteriológicos. Quanto à turbidez, o laudo indica entre outras coisas um processo de carreamento de sólidos em suspensão; A temperatura registrada acima da média o que implica na diminuição do oxigênio dissolvido e revela que A variações bruscas tendem a matar a “ictiofauna”; Na análise do oxigênio dissolvido os dados indicam concentração abaixo do limite (5mg/L) – os estudos científicos indicam que entre 4-5mg/L, os peixes mais exigentes morrem.

Infestação de insetos - Os incômodos causados pelos insetos no entorno da lagoa estão sendo monitorados pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da secretaria municipal de Saúde (Semusa). O trabalho de pulverização, que visa minimizar os efeitos da manifestação do chironomidae (nome científico do inseto), nos bairros próximos à Imboassica está sendo feito em horários especiais com a máquina pro-fog e o inseticida utilizado é o i-com (cepermetrina) e óleo mineral.