Meio Ambiente intensifica a captura e o combate ao caramujo

20/04/2009 10:43:37 - Jornalista: Lourdes Acosta

Foto: Robson Maia

Os agentes ambientais retiram 50 quilos de caramujo nos bairros

Equipes da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Sema) intensificaram nesta sexta-feira (17), a captura e combate ao caramujo africano nos bairros da Nova Holanda, Nova Esperança e Botafogo. Os agentes ambientais retiraram 50 quilos de moluscos, principalmente das áreas com alagamentos e lixo. O trabalho, acompanhado por técnicos ambientais, atingiu também duas escolas e inúmeras residências.

- Temos trabalhado na coleta dos moluscos nas vias públicas, como praças e terrenos baldios. Entretanto, a ação da comunidade é muito importante no controle do caramujo, pois temos de eliminar esse molusco do nosso ecossistema. Por isso, é necessário que cada cidadão ajude – afirmou o secretário Maxwell Vaz.

Segundo ele, os moradores também estão sendo orientados a contribuir com a coleta, usando luvas ou sacos plásticos. Depois da coleta, os moluscos devem ser colocados em outro saco com sal, esmagados e recolhidos. “Para capturar o caramujo basta que a pessoa proteja as mãos com um saco plástico ou luvas, pegue o molusco e o coloque em outro saco plástico, jogando em seguida sal fino em cima dele para desidratá-lo e em seguida feche o saco com o caramujo. Depois disso, o molusco deve ser encaminhado para local apropriado”, ensinou Maxwell.

O biólogo Alexandre Bezerra, técnico ambiental da Sema, explicou que a secreção produzida pelo caramujo realmente tem bactérias que podem transmitir doenças, como a Angiostrongíliase abdominal, que pode provocar perfuração e hemorragia abdominal, com dores, febre prolongada, anorexia e vômitos. E a angiostrongíliase meningoencefálica humana, cujos sintomas são dores de cabeça fortes e constantes, rigidez na nuca e distúrbios do sistema nervoso.

- Felizmente a área de saúde pública não possui registro dessas doenças e até o momento não há nenhum caso comprovado de transmissão de enfermidades causadas por caramujo no Brasil – esclareceu Alexandre.

Recomendações – Os técnicos e os agentes ambientais recomendam à população moradora dessas áreas para não deixar em seus terrenos, telhas e tijolos ou ainda sobras de material de construção e até excesso de plantas, pois servem de criadouros para o caramujo. Eles estão instruindo também para que não seja usado nenhum tipo de veneno, pois não afetam o molusco e sim o meio ambiente.

Origem do caramujo africano – O caramujo africano é uma espécie nativa do leste e nordeste africano e chegou ao Brasil na década de 80, como alternativa econômica. A idéia inicial seria comercializá-lo a um preço inferior ao escargot. Importado ilegalmente, foi introduzido em fazendas no interior do Paraná e escapou para o meio ambiente, adaptando-se, perfeitamente, em várias regiões brasileiras. Desde então, passou a ser chamado também de "falso-escargot”.