Meio Ambiente investiga morte de peixes na Lagoa de Imboassica

29/12/2009 11:18:26 - Jornalista: Lourdes Acosta

A Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) está investigando a causa mortis de peixes na Lagoa de Imboassica. Segundo o secretário Maxwell Vaz a proliferação de algas tóxicas pode ser a causa mortis de peixes na lagoa. A explicação foi dada, nesta segunda-feira (28), pelo secretário de Meio Ambiente, Maxwell Vaz. Na oportunidade, o titular da pasta ambiental disse que está aguardando o laudo técnico que irá revelar a verdadeira causa da mortandade dos peixes na Lagoa Imboassica.

- Não temos ainda a certeza da causa porque estamos em análise. A mortandade dos peixes foi seletiva com 90% de bagres e 20% de sardinha e isso nos chamou atenção. Então, conversamos com vários técnicos, biólogos e estudiosos da lagoa, do Nupem/UFRJ para descobrir. O interessante é que nós recolhemos amostras de algas para análise uns cinco dias antes da morte dos peixes, pois já tínhamos observado a formação das mesmas. Provavelmente, são algas que liberam toxinas e a interpretação que demos foi que a formação dessas algas surge da presença de matéria orgânica, da ausência de vento e da elevação da temperatura. Essas três condições ocorreram nestes últimos dias – afirmou.

Sobre o despejo de esgoto in natura na lagoa contribuir para a morte dos animais marinhos, Vaz disse que o esgoto in natura infelizmente faz parte do cenário da lagoa o ano inteiro. “Somado a isso, quando houve a última grande chuva ela carregou outros materiais orgânicos de várias origens como pastagens, por exemplo, e de locais onde houve impermeabilização que foram conduzidos por dutos pluviais até o ecossistema. Assim, chegou à lagoa uma carga muito grande de matéria orgânica diferente daquela que tem contribuição diariamente na lagoa”, salientou.

- Aguardamos uma explicação mais técnica e adequada com relação àquele ecossistema complexo, pequeno e sujeito às várias interferências externas. Nossa lagoa que é muito urbana e hoje sofre porque a comunidade, por falta de orientação, ocupou sua orla muito próxima. Na época, não tinha fossa filtro, nem sumidouro, por isso, fizeram ligações diretas de esgoto na rede pluvial impregnando a lagoa de material orgânico. O esgoto sanitário carrega nutrientes como o nitrogênio e o fósforo que contribuem para a formação de algas tóxicas. Elas produzem um ácido tóxico que possivelmente provocou a morte dos bagres – ressaltou.

Vaz informou que as amostras da água e dos peixes mortos estão sendo enviados à Fiocruz para análise da causa mortis. “O importante é que a gente analise e tenha o laudo técnico adequado para poder identificar e fazer um trabalho preventivo se for o caso, para que não ocorra mais esse tipo de fenômeno na lagoa”, concluiu.