Parceria Prefeitura e Petrobras garante reforma de barcos para segurança dos pescadores

04/03/2008 09:40:56 - Jornalista: Cesar Dussac

Dezenas de pescadores se reuniram no Porto de João Barbudo, na Barra de Macaé, na tarde desta segunda-feira (03), para anotarem os detalhes referentes à reforma que será feita nas embarcações pela parceria Prefeitura/Petrobras (Programa Mosaico). Conforme determinação do prefeito Riverton Mussi, a prioridade é para os 15 barcos que não têm qualquer condição de navegabilidade. Alguns pescadores deram depoimento sobre a operação, que ajudará os profissionais de pesca no sustento de suas famílias.

Segundo o secretário Executivo de Pesca, José Carlos Bento, a prefeitura se encarregará da mão-de-obra, através da secretaria, enquanto o Programa Sócio-Ambiental Mosaico da Petrobras fornecerá todo o material necessário à restauração das embarcações.

- O gerente do Programa Mosaico, William Oliveira, acaba de me informar que já encaminhou à Petrobras a relação do material para reforma, que passei às mãos dele. Em ocasiões anteriores, tive a oportunidade de ressaltar que este trabalho é uma das ações sociais da prefeitura, em parceria com a Petrobras, por intermédio do Programa Mosaico. Nosso objetivo é proporcionar aos pescadores condições seguras de permanência em alto mar, onde a pesca dá melhores resultados, para garantir seu sustento e o de suas famílias.

Na oportunidade, José Carlos repetiu as palavras do presidente do Fundo Municipal de Desenvolvimento Econômico (Fumdec), Francisco Navega, dirigidas aos pescadores, durante reunião da última sexta-feira (29/02). “Já foi combinado com a gerência do Banco do Brasil o financiamento de dezenas de GPS, com juros de 2% ao ano. O Fundo vai repassar o empréstimo ao pescador a 6% ao ano, e devolver integralmente esses juros ao tomador, após o pagamento integral do empréstimo”, lembrou, convidando os pescadores para reunião com o gerente do Programa Mosaico na próxima segunda-feira (10), às 16h, na sede da secretaria de Pesca.

Depoimento dos pescadores

“Libanês II, “Pai é Deus” e “Cometa” formam o trio de barcos sem qualquer condição de uso, nem `na beira`, como os pescadores se referem à navegação na costa. José Roberto Ribeiro, proprietário do primeiro, diz que seu barco está parado há dois anos e dois meses. “É a primeira vez, em muitos anos, que vejo um governo financiar reforma de barcos. Minha família tem quatro pessoas, que dependem do meu barco. Costumo ajudar outras pessoas, pois quem não ajuda seu próximo, não recebe ajuda”, afirmou. O proprietário do “Pai é Deus” resumiu o estado de sua embarcação. “Meu barco está em coma profundo. Com ele, sustento seis pessoas. Qualquer tentativa de utilizá-lo traz risco de morte, mas agora, com essa iniciativa do governo Riverton, sei que vai ressuscitar”, ressaltou. O dono do “Cometa” assim se pronunciou. “Meu barco está totalmente degradado. Agora, estou levando fé em Deus que a reforma vai ser realizada, depois de muitas promessas de outros governos”, frisou.

O barco “Canaã”, de Marcílio da Silva, está há 16 anos em atividade. “Nunca pude fazer uma reforma no capricho, como vai ser feita agora. Já está parado há mais ou menos um ano”, contou. O “Força Jovem”, de Jean, faz dois anos que está no estaleiro. “Durante dois anos, estou como tripulante no barco de um amigo. Com a reforma que vai ser feita por este governo, em parceria com o Programa Mosaico, sei que vai deslanchar”, observou. O “Aquarius”, de Juarez de Souza, está parado há cinco meses. Meu barco sustenta uma família de três pessoas e ajuda alguns vizinhos de baixa renda, que hoje não posso ajudar”, frisou. Júlio Cesar diz que seu barco, “Mar da Galiléia”, sustenta 10 pessoas. “Só posso dizer que essa reforma, financiada pela parceria prefeitura e Programa Mosaico é uma bênção de Deus”, observou.

O barco de Jocevan de Souza, segundo ele e a tripulação, navega só pela costa; não tem condições de ir para o alto mar há alguns anos. Sustenta família de três pessoas e ajuda vizinhos de baixa renda”, afirmou. O “Salvador da Pátria”, de Samuel Hermogênio, sustenta seis pessoas e também ajuda vizinhos. “O limite do meu barco é a costa; ele não tem condição de navegar no alto mar, onde se pode pescar com maior rendimento.Essa reforma é uma coisa boa. Precisávamos desse reforço para recuperar nossos barcos e a dignidade”, concluiu. Também sem condição de pescar em alto mar, Jorge Carvalho está confiante na reforma. “Em outros governos, não se fez algo pelos pescadores como agora. Já sabemos que a prefeitura e o Programa Mosaico vão reformar, de fato, nossos barcos. Estamos confiantes”, concluiu.