Prefeitura combate a multiplicação das gigogas nos canais

27/08/2010 18:35:50 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Kaná Manhães

Equipes da Semusp começam cedo a limpeza dos canais, diariamente, e desde segunda-feira estão trabalhando no Canal do Capote

Mesmo com a previsão de índice normal de chuvas nos meses de setembro e outubro próximos na Região Sudeste, de acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (Cptec), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a produção de gigogas nos canais é uma questão que preocupa autoridades. Por isto, a Prefeitura de Macaé, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Semusp), tem o compromisso de controlar esse problema a partir da manutenção periódica nos canais do município, a fim de conter a proliferação dessas plantas.

As equipes da Semusp começam cedo a limpeza dos canais, por volta das 6h, diariamente, e desde segunda-feira (23) estão trabalhando no Canal do Capote, ao longo da Linha Verde, que tem em seu entorno os bairros Aoreira, Novo Visconde, Jardim Pinheiro, Novo Horizonte, Morro de Santana, Jardim Vitória e outros. O trabalho vai continuar sendo feito no canal até a primeira semana do mês de setembro.

- Em época de chuvas, as gigogas se proliferam mais rapidamente, por isto estamos trabalhando agora para o canal estar totalmente limpo quando as chuvas vierem. A qualidade do meio ambiente e da saúde da população depende do equilíbrio dos serviços públicos. Se as gigogas não forem retiradas com frequência, elas infestam os canais e isso pode afetar a saúde e a economia do município e da população. Ações como esta são realizadas rotineiramente em nossa cidade com um trabalho integrado junto à Secretarias de Meio Ambiente, visando à sustentabilidade, disse George Jardim.

O biólogo Guilherme Sardenberg Barreto, analista técnico da prefeitura, explicou que as gigogas trazem danos e benefícios, por isto exigem um manejo adequado, o que, segundo Jardim, é feito pelas equipes de limpeza da Semusp. Sardenberg explicou que, em pouca quantidade nas águas, as gigogas podem funcionar como agentes de despoluição, auxiliando um pouco no tratamento de esgoto, uma vez que suas raízes contribuem para o processo de depuração da água. Além disso, elas servem também de abrigo natural para a reprodução de peixes e microorganismos.

- A limpeza que a Semusp faz é fundamental para o equilíbrio, porque as gigogas crescem rapidamente e cobrem as superfícies das águas impedindo a entrada da luz solar, o que prejudica a realização eficiente da fotossíntese, comprometendo assim toda a vida na água, destacou o biólogo.

Sardenberg acrescentou que, por isto, há toda uma técnica de manejo delas da água e só podem ser retiradas determinadas quantidades para não desestabilizar o ecossistema. O especialista lembrou que entre os malefícios, as gigogas podem trazer doenças e mosquitos.

George Jardim disse que as equipes trabalham de acordo com monitoramento e planejamento ambiental, feito em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). O secretário informou ainda que nas áreas de restinga as gigogas retiradas são deixadas à margem dos mananciais, servindo de adubo orgânico. Mas na área urbana, o descarte dessas plantas aquáticas é feito no Aterro Sanitário, localizado no trevo de entrada da cidade, no quilômetro cinco, da Rodovia BR-101, com base nas normas ambientais.

As gigogas também são conhecidas como iguape, aguapé, baronesa, lírio d´água, orelha de jegue, jacinto d´água e miriru, entre outros, dependendo de cada região. Cientificamente, elas são macrófitas aquáticas e flutuam na água, proliferando com rapidez em rios, lagos, lagoas e canais que são ambientes ricos em oxigênio.

Limpeza em todo o município

O secretário de Serviços Públicos acrescentou que a Semusp faz regularmente a limpeza não só dos canais, mas de toda a bacia hidrográfica de Macaé, bem como outros serviços, como a capina, roçada, retirada de lixos, entulhos e recuperação de vias públicas como ruas, praças e jardins.

George Jardim informou ainda que a Semusp também está fazendo diariamente a limpeza dos ralos na rede de galeria pluvial nos diversos bairros, a fim de evitar alagamentos nas ruas em época de chuvas.

- O lixo jogado nas ruas vai parar nas galerias pluviais, entupindo a rede e ocasionando alagamentos. Todos os dias nossas equipes estão nas ruas limpando os ralos e verificando se o trabalho já feito está sendo conservado pela população. Nos pontos em que há necessidade, os ralos são reparados, explicou o secretário.