Prefeitura continua limpeza no Canal Macaé/Campos

17/03/2009 15:24:42 - Jornalista: Izabel Monteiro

Foto: Ana Chaffin

A limpeza do histórico canal de Macaé está sendo efetuada pela secretaria de Serviços Públicos

Continuando a limpeza nos canais que cortam Macaé, a secretaria de Serviços Públicos retomou, esta semana, a limpeza do Canal Macaé/Campos. As ações no canal começaram em janeiro, no trecho do canal situado nas proximidades do Lagomar. Segundo o encarregado da Secretaria de Serviços Públicos (Semusp), Robson da Silva Henriques, a primeira etapa da limpeza começou na ponte próxima ao Asilo e seguiu até a ponte de ferro, nas proximidades do Barreto.

Na semana que antecedeu o Carnaval, o serviço foi interrompido porque a Semusp precisou enviar as equipes para limpar o Canal do Capote, na Linha Verde, onde foi realizado o desfile das escolas de samba. “Agora, voltamos a agir no Canal Macaé/Campos, partindo das proximidades do Parque Aeroporto e Vila Badejo, em direção à ponte de ferro no Barreto, para completar a limpeza desse importante canal de Macaé”, falou o encarregado.

O secretário de Serviços Públicos, George Jardim, colocou que a ação de limpeza envolve o trabalho de homens e de caminhões para retirar o lixo. Além das ações nas laterais, com corte de mato e retirada de lixo, estão sendo removidas as gigogas da lâmina d’água, para evitar a proliferação de mosquitos transmissores de doenças, como a dengue.

O secretário George Jardim disse que a limpeza nos canais da cidade acontece por determinação do prefeito Riverton Mussi. “O prefeito nos solicitou a limpeza de todos os canais, com retirada de lixo e das plantas aquáticas que podem ser depósitos de ovos do mosquito da dengue, falou o secretário.

Nos canais que já receberam as ações de limpeza da Semusp foram retiradas várias toneladas de lixo. “Quando começamos a limpar os canais da cidade, solicitamos a colaboração da secretaria de Pesca, que nos cedeu um barco para retirada do lixo. Foram tiradas três toneladas de lixo dos canais, como garrafas de pet, sacos plásticos, pneus, bicicletas, móveis quebrados, muitas redes velhas, entre outras sujeiras. Isso vinha dificultando o escoamento das águas, colaborando com os alagamentos em várias partes da cidade. Solicitamos a colaboração dos moradores, evitando o lançamento de lixo nos canais”, colocou o secretário, lembrando que a Semusp já efetuou também a limpeza do trecho do Rio Macaé que entra na cidade.

Canal Campos-Macaé

O Canal Canal Macaé-Campos, é um canal artificial que interligava as cidades Macaé e Campos dos Goytacazes. Ele corta os atuais municípios de Campos dos Goytacazes, Quissamã, Carapebus e Macaé, além do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

É considerado como uma das maiores obras de engenharia do país à época do Império. O seu percurso, com uma largura média de 15 metros, estendia-se por 106 quilômetros, sem contar os diversos canais de derivação. Considerando-se apenas a extensão, é o segundo canal artificial mais longo do mundo, sendo superado apenas pelo Canal de Suez (163 quilômetros), e superando o Canal do Panamá (82 quilômetros).

O projeto do canal, datado de 1837, é de autoria do engenheiro inglês John Henry Freese. A sua construção foi autorizada por lei da Assembléia Provincial do Rio de Janeiro em 19 de outubro do mesmo ano. Ele foi concebido principalmente como uma hidrovia para transporte do açúcar produzido na região de Quissamã e Carapebus, que até então era transportado até ao porto de Imbetiba (Macaé) por carros de bois ou por via marítima através da lagoa Feia, do canal das Flexas e da barra do Furado.

Complementarmente, o canal serviria para sanear a região pantanosa de Quissamã, à época infestada de mosquitos transmissores da febre palustre, contribuindo para a drenagem de brejos, aumentando a superfície de terras cultiváveis, a ser aproveitadas no cultivo da cana-de-açúcar ou como campos de pastagem.As obras começaram oficialmente a 1 de outubro de 1844, estendendo-se até 1861, utilizando a mão-de-obra de escravos africanos.

O contrato exigia que o canal tivesse 30 palmos à flor d`água (cerca de 6,60 metros de profundidade), o que causou o desmoronamento de certos trechos, onde demandou o seu alargamento. Estima-se que a obra tenha custado dois mil contos de réis.

Em 1847, o imperador D. Pedro II fez uma viagem para conhecer a próspera região Norte Fluminense e, especialmente, para inspecionar as obras do canal, tendo se hospedado na Casa da Fazenda Quissamã, pertencente ao barão e visconde de Araruama.

O canal teve a sua extensão aberta à navegação em 1861, porém somente em 1872 passou a ser navegado por uma embarcação a vapor (o "Vapor Visconde"), que transportava carga e passageiros, além das embarcações tradicionais movidas a remos e varas. Em sua primeira viagem, o vapor Visconde partiu de Campos no dia 19 de fevereiro de 1872 rebocando uma prancha com 11 passageiros e levou quase dois dias completos para chegar à Macaé. O uso desta hidrovia entrou em declínio após 1874 com o início da operação da Estrada de Ferro Macaé e Campos, que oferecia maior rapidez e menor custo de operação.