Foto: Kaná Manhães
Agricultores participam de dois cursos oferecidos pela prefeitura: agroflorestas e ferragem em cavalos
A subsecretaria de Agricultura de Macaé promoveu essa semana curso de capacitação básica em agrofloresta no Assentamento Celso Daniel. O curso foi encerrado nesta sexta-feira (13) e teve como objetivo atender demanda apontada pelos próprios moradores. O curso de ferragem em cavalos começou nesta sexta-feira, no Parque de Exposições Latiff Mussi e vai até domingo (15), de manhã e à tarde.
Quarenta moradores do Assentamento Celso Daniel (Cabiúnas 1 e 2 e Maria Amália) participaram do curso de agrofloresta, que teve duração de 15 horas.
- Essa é uma primeira etapa do curso que também terá aulas práticas no Horto Municipal. A subsecretaria também estará fazendo o encaminhamento de mudas visando a recuperação do solo, castigado por mais de 50 anos de plantio da cana-de-açúcar, explicou o engenheiro agrônomo da subsecretaria de Agricultura, Darlim Grativol.
O curso foi realizado em parceria com a Cooperativa Agropecuária e Agroindustrial da Agricultura Familiar dos Produtores e Trabalhadores Rurais do Assentamento Prefeito Celso Daniel (Coopmac) e Associação de Produtores Rurais do Celso Daniel. Três unidades, cada uma de meio hectare (cinco mil metros quadrados) vão ser contempladas com a agrofloresta.
- Nessas três unidades vamos fazer a demonstração para dar continuidade das aulas práticas que será aberta ao público, incentivando a conscientização para a importância da preservação do meio ambiente, por meio do plantio da agrofloresta. A subsecretária de Agricultura estará nos dando apoio técnico, além da doação de mudas e de calcário -, informou Miriam Marins, da Coopmac, que também participou do curso.
Este ano, a subsecretaria de Agricultura preparou o solo de 99 dos 188 lotes do Assentamento. “No primeiro semestre fizemos a doação de sementes de feijão e, no segundo, milho”, lembrou o subsecretário de Agricultura, Jonas de Siqueira César.
A receptividade dos moradores foi muito boa, de acordo com Miriam Marins. “Assim eles podem aprender como manejar o solo e poderão iniciar seus projetos, com o plantio de mudas nativas e frutíferas”, disse.
O engenheiro agrônomo da subsecretaria de Agricultura, Rogério Valença, foi o professor do curso e lembra que o solo da região do Assentamento Celso Daniel não teve manejo de conservação durante os anos em que foi utilizado para o plantio da cana-de-açúcar.
- O interesse dos agricultores agora é produzir frutos, palmitos, madeira e utilizar a agrofloresta também para o cultivo de mel. Com isso, o solo poderá se recuperar através da cobertura de solo que é feita pelas árvores. O solo é recuperado através da ciclagem dos nutrientes e aumento de matéria orgânica. Na próxima semana, eles terão um dia de campo na agrofloresta do Horto Municipal, com aula prática – explicou Rogério Valença.
As unidades que serão plantadas servirão de demonstrativo, dando continuidade a capacitação para outras pessoas. “As três unidades receberão grupos que também estarão aprendendo com eles”, informou.
Genival Adelino, 82 anos, é morador do lote 183 de Cabiúnas 1 e já iniciou o plantio de mudas de árvores e frutas. “Das que eu plantei as que estão se dando melhor são caju, manga, jaca e pau-brasil, por serem nativas. Já colhi também 60 quilos de guandu e, hoje, dez quilos de feijão de corda de manhã”, disse.
Curso de Ferragem para cavalos
O curso de ferragem para cavalos, promovido em parceria da subsecretaria de Agricultura, Núcleo de Criadores de Cavalos Mangalarga Marchador de Macaé e a empresa Equi Ferro, do Rio, começou nesta sexta-feira pela manhã, com aula prática à tarde. O objetivo é capacitar tratadores de animais para o manejo correto da ferragem de cavalos marchadores. Os instrutores são Marcelo Lessa, da Equi Ferro, e o médico veterinário da subsecretaria, Alexandre Augusto Gomes de Oliveira.
Ao todo, dez alunos participam do curso que termina domingo, com entrega de certificado.
- Os próprios associados indicaram os alunos que geralmente já estão acostumados a lidar com os animais. Um funcionário da subsecretaria de Agricultura também participa da capacitação para poder estar mais qualificado para lidar com os animais no Parque de Exposições, durante eventos que a prefeitura sedia, como a Expo Macaé. Eles aprendem não só a colocar a ferradura, mas também a patologia do casco, minimizando com ferrageamento problemas como atrofias, lesões, sendo capacitado para a utilização de ferraduras especiais (que corrigem estas situações) -, disse o veterinário.
Apesar de já ter sido muito utilizado como meio de transporte, o cavalo hoje está mais ligado ao lazer, esporte e criação. Na maioria dos haras, de acordo com os sites especializados, o serviço de ferreiro é desempenhado pelo próprio peão, que nem sempre foi devidamente qualificado. Existem diferentes técnicas para ferrar um cavalo: ferrar um cavalo de marcha nem sempre é o mesmo que ferrar um cavalo de trote.
Nos cavalos marchadores, pequenas alterações na angulação dos cascos (especialmente dos cascos anteriores ) e no peso das ferraduras, podem resultar em efeitos drásticos, às vezes desfavoráveis. Um tipo de ferrageamento indicado para um cavalo pode não surtir o mesmo efeito em outro cavalo. O segredo é preservar o máximo da naturalidade, principalmente como forma de prevenir as afecções.
- Por mais que tenha diminuído a utilização do cavalo como transporte, e consequentemente, o serviço de ferreiro, essa atividade nunca vai se extinguir -, lembrou o veterinário.