Prefeitura reconduz migrantes à sua cidade de origem

13/03/2009 16:11:04 - Jornalista: Lourdes Acosta

Mais cinco cidadãos foram reconduzidos nesta sexta-feira (13) para suas cidades de origens, pelo programa Recambiamento de Migrantes da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), que visa oportunizar às pessoas sem moradia digna ou moradores em situação de rua das vias públicas da cidade, o retorno ao convívio familiar nas suas cidades.

Estatísticas da secretaria apontam que a maioria dessas pessoas chega a Macaé, atraída pelo sonho de alcançar uma vida melhor, mas a falta de qualificação é um entrave para um bom salário e posição nas empresas offshore instaladas na cidade. Com isso, um grande número de pessoas acaba sendo empurrado para viver nas ruas.

Desde janeiro deste ano, mais de 80 pessoas já foram removidas das ruas de Macaé, através do trabalho da equipe de recambiamento da prefeitura. No caso dos cinco cidadãos que a Semas reconduziu para outros municípios nesta sexta, quatro deles optaram pelo Rio de Janeiro.

De acordo com o secretário de Assistência Social, Júlio César de Barros, os quatro cidadãos que foram para o Rio, procuraram a secretaria espontaneamente e pediram ajuda. Três estavam sem moradia e um residindo num albergue, mas todos passando por dificuldades.

- A maioria das pessoas que vive nas ruas de Macaé são provenientes de outras cidades. Muitos até perdem o vínculo familiar, outros têm esse vínculo, mas se encontram desempregados. Por isso e seguindo a orientação do prefeito Riverton Mussi, temos esse desafio e já estamos trabalhando dia e noite para equacionar essa questão, comentou.

Histórias de vida - O migrante Eritan Augusto da Silva, 34 anos é da cidade de Natal (RN) e disse que veio para Macaé em busca de trabalho. Como não conseguiu pediu para ser reconduzido para a cidade do Rio de Janeiro, onde irá procurar uma avó que reside em Caxias. Já Maicon Oliveira Moreira, de 24 anos, procedente de Vitória (ES), chegou a Macaé no último mês de dezembro e já trabalhou como ajudante de padeiro. A história de Maicon foi o desentendimento com a família há mais de um ano e o envolvimento com as drogas.

O paulistano José Carlos da Silva, de 22 anos, também desempregado, chegou na cidade para achar uma tia que, segundo informações, se mudou para o Rio de Janeiro e o vendedor Agnaldo de Souza, era procedente de Volta Redonda. “Eu acho muito legal isso que a prefeitura está fazendo para ajudar o próximo, pois ninguém sabe o dia de amanhã. Hoje sou eu e amanhã?”, questionou Agnaldo, acrescentando que iria recomeçar sua vida na sua cidade de origem.

O coordenador da equipe de recambiamento de migrantes e moradores em situação de rua, Edivaldo Santos, explicou que os migrantes são pessoas que possuem família e documentos, que chegam a Macaé para trabalhar, mas acabam não conseguindo emprego e ficando sem dinheiro. “Já os moradores em situação de rua são pessoas que não possuem identificação e que não tem casa própria ou família”, comentou.

Assim que são removidos das ruas, essas pessoas são convidadas a ficarem no Albergue Municipal Bezerra de Menezes, no Barreto, enquanto a equipe tenta localizar seus parentes. Lá, eles recebem acompanhamento psicológico, médicos, assistência social e jurídica, além de alimentação, dependendo da necessidade de cada um.

“Executamos o nosso trabalho todos os dias, sempre percorrendo os lugares em que a população de rua de Macaé costuma ficar. Montamos uma estrutura para oferecer um atendimento de qualidade a essas pessoas que estão distante do convivo com a família”, garantiu Edivaldo.