Profissionais do SUS de Macaé fazem apresentação de Teatro do Oprimido

21/09/2009 14:11:01 - Jornalista: Secom e assessoria CTO

Foto: Robson Maia

Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental está em andamento em Macaé desde setembro de 2008

Serão realizadas nesta quarta (23) e quinta-feira (24) as primeiras apresentações de cenas de Teatro-Fórum feitas pelos grupos organizados pelos multiplicadores do Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental. Os grupos são formados pelos profissionais que trabalham no Núcleo de Saúde Mental e Atenção Básica de Saúde da secretaria de Saúde de Macaé.

O evento é uma realização do Centro de Teatro do Oprimido, com patrocínio do Ministério da Saúde e apoio da prefeitura de Macaé e da Secretaria de Saúde de Macaé. A classificação é livre e o ingresso gratuito.

Na quarta-feira, às 10h, o Grupo Emergentes do Tempo apresenta a cena “O Retorno”, no PAISI (Programa de Atenção ao Idoso), que fica na Rua Doutor Bueno 190, Imbetiba. Na quinta-feira, também às 10h, o Grupo Esperança apresenta a cena “Enlatando a velinha”, no PAISI e às 14h, o Grupo Tô Fazendo Arte apresenta a cena “O Impasse”, na Escola Samuel Brust, no Bairro Fronteira.

Projeto - O Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental está em andamento em Macaé desde setembro de 2008, já tendo formado 30 profissionais, entre psicólogos, assistentes sociais, musicoterapeutas, entre outros. Nesses meses, a equipe do Centro de Teatro do Oprimido realizou na cidade vários cursos de capacitação, visitas de acompanhamento e algumas demonstrações públicas do trabalho realizado por estes profissionais que estão sendo formados multiplicadores.

O sociólogo Geo Britto, coordenador nacional do Projeto Teatro do Oprimido na Saúde Mental, afirma que, é importante considerar a questão do Teatro do Oprimido como possibilidade de uma metodologia artística que proporciona o diálogo. “Um exemplo é que, atualmente os CAPS (Centros de Atenção Psicossociais) vêm utilizando o Teatro do Oprimido nas suas assembléias, com usuários, seus familiares e profissionais. Onde muitas vezes não se conseguia se fazer entender pela fala, agora, trabalhadas através da imagem, do teatro, se estabelece o diálogo”, disse.

O Teatro do Oprimido não apresenta respostas, mas procura fazer as perguntas certas. E uma das principais perguntas na relação entre usuários, seus familiares, os profissionais da saúde mental é: o que fazer? É importante considerar que os usuários também têm problemas de transporte, alimentação, desemprego, racismo, sexismo, corrupção, etc.

Através do teatro, da encenação de um problema ou conflito, pode-se chegar a um entendimento das condições dos protagonistas. Através do teatro começa a existir uma nova relação, mais humana, entre usuários e profissionais da saúde mental. O diferente é igual a gente.

- Num contexto onde tentam esconder o diferente, o Teatro do Oprimido vem estimulando a sua visibilidade como cidadão e agente transformador de sua própria história. O diferente sobe no palco, conta sua história, vê e é visto por todos sem negar a sua condição de usuário, porém sem se sentir inferior mais semelhante com sua diferença”, destaca a psicopedagoga Cláudia Simone. O teatro muda tudo, porque os diferentes voltam a se sentir como parte da sociedade. Desde que o teatro entrou na vida destas pessoas com transtornos psiquiátricos, os períodos de internação e de depressão diminuíram, a adesão ao tratamento aumentou e a vontade de viver ressurgiu.