Foto: Kaná Manhães
Grasiella, hoje com 18 anos, já trabalha na Ong Viva Rio
Com marcas profundas nas história de vida de cerca de quatro mil adolescentes que passaram por seus caminhos, o programa Nova Vida da secretaria de Assistência Social da prefeitura de Macaé está completando 18 anos de criação. O programa tem como objetivo promover a inclusão social e a inserção profissional de jovens de famílias em condições de risco social, moradoras dos bairros periféricos.
Segundo a coordenadora do Nova Vida, Marília Nunes Bastos, o programa conta hoje com 321 adolescentes, alvo de constantes palestras sobre sexualidade, drogas e outros temas concernentes ao mundo deles. O programa atende a adolescentes de 14 a 17 anos e 11 meses.
Tiago Paulo Barcelos Porto, de 26 anos, passou pelo programa há dez anos. Hoje, ele é técnico em radiologia do Hospital São João Batista.
- Fazer parte do Nova Vida contribuiu para aumentar meu bom relacionamento com os colegas do trabalho. Na ocasião, eu assistia a diversas palestras. Ter sido desse programa ainda me deu mais responsabilidade na adolescência. Aconselho aos mais jovens a se dedicarem aos estudos e a se empenharem com afinco no trabalho, diz Tiago, que atualmente está casado e mora no Centro da cidade.
Outra pessoa que passou pelas fileiras do programa foi Juliana dos Santos Ivo, de 24 anos. Atualmente, ela é recepcionista do supermercado Econômico. Ela conta que foi muito bom ser atuante do Nova Vida, que a ajudou a abrir as portas do mercado de trabalho. “O programa me conferiu experiência, formação e segurança. Assisti a palestras sobre AIDS, drogas, gravidez na adolescência e vocação profissional”, salienta ela.
- Tudo isso me ajudou pois houve auxílio e suporte por parte de profissionais de psicologia e de assistência social. Assim, fiquei mais segura e tranqüila – relata a jovem, que é moradora das Malvinas.
Já a assistente administrativo Grasiella Pinto Lisboa, 18 anos, da Organização Não Governamental Viva Rio disse que desde a época em que estava no programa Nova Vida tem ajudado a família composta por quatro pessoas, moradores da Fronteira.
- Ser do Nova Vida foi muito produtivo para mim em termos técnicos e profissionais, já que tirou minha timidez e me ensinou a fazer arquivamento e a atender ao público, coisas que utilizo no meu trabalho hoje em dia – evidencia ela.
Programa Nova Vida
A coordenadora do Nova Vida lembra que o programa busca resgatar valores como a família, dando sentido à inclusão para a capacitação. Ela ressalta que o programa visa conhecer a estrutura familiar e seu histórico, de modo que os conhecimentos colaborem para atendimento de toda a família, se esta precisar.
O Programa Nova Vida deixou de ser um projeto da prefeitura de Macaé para tornar-se um Programa Municipal por intermédio da Lei 2.606/05. Sua meta é formar o jovem, incentivando sua profissionalização para posterior inserção no mercado de trabalho.
- Os jovens recebem meio salário mínimo por mês para trabalhar durante quatro horas por dia em diversas secretarias municipais e órgãos públicos estaduais e federais, explica Marília Nunes Bastos.
O principal objetivo do programa é incluir, promover e capacitar o jovem aprendiz, respeitando o seu caráter de pessoa em desenvolvimento conforme recomenda o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), pela Lei 8.069/90. Sua metodologia de trabalho consiste em acompanhamento psicossocial e pedagógico.
- Ainda buscamos que os jovens que deixam o programa por terem passado da idade sejam encaminhados ao primeiro emprego, com carta-referência do setor onde trabalharam enquanto estiveram no Nova Vida – completa a coordenadora. Ela finaliza dizendo que a equipe técnica do programa também é formada por profissionais de psicologia, assistência social, pedagogia, além do setor administrativo.