Secretaria de Saúde alerta para o avanço do crack

03/04/2009 14:53:19 - Jornalista: Francisco Barbosa - estagiário

A secretaria de Saúde de Macaé, representada pelo Conselho Municipal e o Fundo Municipal Anti-Drogas (Comad e Fundmad), participou do I Fórum Internacional “Crack: últimos 20 anos”, realizado em São Paulo. O objetivo foi conhecer as novas formas de tratamento e prevenção de uma das drogas que mais causam efeitos nocivos no usuário.

Durante os dois dias do fórum, temas como “O crack e a mulher” e “O Crack como Desafio para a Saúde Pública” foram debatidos e apresentados por especialistas no assunto, abordando as mudanças ocorridas nas últimas décadas, as características químicas e os aspectos culturais que levaram a droga a se difundir rapidamente em todo país.

Gestor do Fndmad, Elinho Lessa alerta para uma realidade cruel e que está se tornando cada vez mais presente na sociedade. “Quem usa a droga já se torna um viciado desde a primeira vez. Em menos de três meses, o usuário adquire efeitos irreversíveis”.

Segundo Ebenézer Ribeiro, psicóloga e coordenadora do projeto Girassol, o consumo do crack é maior que o da cocaína, pois é mais barato e seus efeitos duram menos. “Por ser estimulante, ocasiona dependência física e, posteriormente, a morte por sua terrível ação sobre o sistema nervoso central e cardíaco”, alertou.

De acordo com Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), o uso de crack teve início na década de 90, restrito principalmente à cidade de São Paulo. No curto espaço de menos de 20 anos difundiu-se para todo o Brasil, tornando-se um sério problema de saúde pública, apresentando características peculiares de uso e causando danos irreparáveis em menos de 90 dias de uso. Em 2005, o número de casos de usuários no país correspondeu a 381 mil pessoas, o dobro do valor referente aos 189 mil registrados em 2001.

Projetos

Entre os projetos para este ano, o Comad está organizando novas campanhas de conscientização e capacitação dos profissionais da área de saúde, em prol de um atendimento eficaz. “Vale lembrar que sempre há uma saída. O dependente químico precisa reconhecer que está doente e necessita de tratamento. A partir daí, entra o nosso trabalho, motivando e acompanhando cada caso”, disse o conselheiro Flávio Lopes.