Campanha do Laço Branco: Macaé realiza blitz cidadã

06/12/2017 17:38:00 - Jornalista: Julie Silveira

Foto: João Barreto

A ação visa sensibilizar e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher

O Dia Nacional da Mobilização dos Homens pelo fim da violência contra as mulheres – Campanha do Laço Branco, foi lembrado em Macaé com uma Blitz Cidadã, na tarde desta quarta-feira (7), próximo à Praça Veríssimo de Melo. A ação faz parte da campanha "16 dias de ativismo: viver sem violência é um direito das mulheres", promovido pelo Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Ceam), da Secretaria de Desenvolvimento Social, Direitos Humanos e Acessibilidade. O objetivo é conscientizar a população sobre uma vida sem violência, além de proporcionar momentos de reflexão sobre o assunto.

De acordo com coordenadora do Ceam, Jane Roriz, a proposta da blitz cidadã foi levar informações sobre as diversas formas de violência e, além disso, apresentar o Ceam, que é um instrumento do município especializado no atendimento à mulher vítima de violência.

"É importante estarmos refletindo sobre nossa realidade. Em 2017, Macaé atendeu, até o momento, cerca de três mil mulheres. Isso é um reflexo de que as pessoas estão cada vez mais informadas e pensando em reverter essa situação. Lembrando que a violência não é apenas física. A violência pode ser psicológica, quando a mulher é humilhada, insultada; sexual, quando o parceiro se nega a usar preservativo, por exemplo; simbólica, como piadas relacionadas à inteligência da mulher; patrimonial e econômica, quando o parceiro controla o dinheiro da mulher. Todas essas situações estão amparadas pela Lei Maria da Penha (11.340/06)", destacou Jane Roriz.

A ação teve a participação de Policiais Militares - 32º Batalhão de Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, Mobilidade Urbana, Patrulha Maria da Penha, Guarda Municipal, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Condim) e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Laço Branco

A Campanha Brasileira do Laço Branco tem como objetivo sensibilizar, envolver e mobilizar os homens no engajamento pelo fim da violência contra a mulher. Suas atividades são desenvolvidas em consonância com as ações dos movimentos organizados de mulheres e de outras representações sociais que buscam promover a equidade de gênero, através de ações em saúde, educação, trabalho, ação social, justiça, segurança pública e direitos humanos.

A Campanha surgiu a partir de um triste episódio. No dia 6 de dezembro de 1989, um rapaz de 25 anos (Marc Lepine) invadiu uma sala de aula da Escola Politécnica, na cidade de Montreal, no Canadá. Ele ordenou que os homens (aproximadamente 48) se retirassem da sala, permanecendo somente as mulheres. Gritando: "vocês são todas feministas?", ele começou a atirar enfurecidamente e assassinou 14 mulheres, à queima roupa. Em seguida, suicidou-se. O rapaz deixou uma carta na qual afirmava que havia feito aquilo porque não suportava a ideia de ver mulheres estudando engenharia, um curso tradicionalmente dirigido ao público masculino.

O crime mobilizou a opinião pública de todo o país. Assim, um grupo de homens do Canadá decidiu se organizar para dizer que existem homens que cometem a violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.


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