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Perda de empregos e investimentos são principais preocupações
A luta pela adesão integral do Rio de Janeiro ao regime especial de tributação para a indústria do petróleo, o Repetro, ganhou ainda mais peso. Nesta terça-feira (27), um grupo de deputados estaduais divulgou uma carta em que defende esse posicionamento, sob pena de perda de atração de investimentos e geração de renda no estado.
O documento reforça a necessidade da derrubada do projeto de lei que altera o Repetro. "Enquanto o Brasil começa a dar sinais de recuperação, o Rio segue perdendo emprego em todas as regiões. Não podemos perder a chance de atrair investimentos e gerar renda. Não podemos abrir mão de um emprego sequer", diz a carta.
A preocupação com a perda de empregos é compartilhada pelo prefeito de Macaé, Dr. Aluizio. "Estamos entregando de mão beijada para o Estado de São Paulo 30% do PIB do Rio, mais de 100 mil postos de trabalho", destacou o prefeito, acrescentando que os municípios fluminenses que produzem petróleo estão contra a mudança.
"Não podemos esquecer a importância do Rio para os mercados de petróleo e gás natural no país: mais de 80% das reservas provadas de petróleo e 55% de gás estão em território fluminense. Se a Alerj avançar, o petróleo será infortúnio para nós, fluminenses", ressaltou Dr. Aluizio.
A adesão sem restrições também é defendida pelo presidente da Petrobras, Pedro Parente, que considera que o projeto é contrário aos interesses da indústria e à economia fluminense. "São decisões que trarão impactos. Por isso, é muito importante que a Alerj considere, ao deliberar esse assunto, as consequências extremamente danosas", afirmou, durante participação em evento realizado na sede da Firjan, no Rio de Janeiro, nesta terça-feira (27), acrescentando que "taxar investimentos é uma das coisas mais irracionais que podem existir."
Parente enfatizou que "empresas estrangeiras, instaladas aqui, podem desistir de investir no Brasil e ir investir em outras áreas quase tão boas quanto o nosso pré-sal". Ainda segundo ele "os investimentos em petróleo estão isentos de impostos federais até 2040, segundo lei sancionada pelo presidente Michel Temer em dezembro, que estendeu o prazo de vigência do regime especial tributário do setor, chamado Repetro."
O presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugênio, também é contrário à mudança. "Nós precisamos da ajuda de todos os líderes políticos para entenderem o que é o mercado de petróleo e o que ele pode refletir em termos de investimentos, renda e empregos. O Rio de Janeiro, através de seus políticos, está dando um recado exatamente ao contrário. Uma coisa é a crise econômica e financeira do Estado do Rio. A crise não tem nada a ver com isso. Achar que a margem do barril de petróleo é infinita é uma visão extremamente nociva", destacou Eduardo Eugênio.