Foto: Bruno Campos
Educação Especial enriquece aulas com materiais de fácil acesso e baixo custo
Em Macaé, a criatividade é palavra-chave junto ao trabalho com os alunos que apresentam deficiência. Materiais simples como jogos didáticos com tampinhas, papelão e garrafas pets fazem parte do dia a dia nas 48 salas de recursos. Para melhor atendimento, profissionais confeccionam recursos pedagógicos adaptados como ferramenta do ensino-aprendizagem. A intenção é valorizar a diversidade como agente de transformação. Cerca de 900 alunos são atendidos na educação inclusiva da rede municipal.
De fácil acesso e baixo custo, muitos materiais lúdicos produzidos pelos professores enriquecem espaços como as salas de recursos, ambientes específicos, que contam com mobiliários e materiais adequados como jogos direcionados, kits de desenho geométrico, prancheta de leitura, soroban (nome dado ao ábaco japonês, que consiste em um instrumento para cálculo) e microcomputadores para atender alunos com deficiência. O trabalho conta com um planejamento pedagógico, que destaca atividades específicas direcionadas para cada síndrome ou deficiência, que o aluno apresenta. Um dos focos é destacar o jogo como elemento de ampliação de possibilidades de aprendizagem, desenvolvimento de autonomia e socialização.
A elaboração e importância destes materiais são destacadas nos cursos realizados no Centro de Formação Carolina Garcia. Na programação são trabalhadas as áreas de percepção (visual, auditiva e olfativa degustativa), coordenação motora, imagem corporal e raciocínio lógico (sequência lógica). Um dos cursos é o "Incluindo através do lúdico". Aline Santos Oliveira e Cristina Fátima Cardozo fazem questão de utilizar estratégias diferentes para trabalhar com o lúdico. "Trabalho nas salas de recursos das escolas municipais Onilda da Costa e Engenho da Praia. É muito importante trabalhar o lúdico para estimular os alunos. Para isso, é muito importante o uso de materiais concretos como jogos e desafios", conta Cristina Fátima Cardozo.
Já Aline Santos, professora do Colégio Municipal Generino Teotônio de Luna, explica que trabalhar com recursos pedagógicos de baixo custo favorecem o ensino da sala de recursos. "Esta é a oportunidade de levar aos estudantes atividades fora da rotina que refletem em benefícios na aprendizagem", explica.
O curso "Incluindo através do lúdico" segue a proposta de destacar o jogo como elemento de ampliação de possibilidades de aprendizagem, desenvolvimento de autonomia e socialização. O objetivo é proporcionar diferentes jogos enquanto estímulos essenciais para o desenvolvimento cognitivo e afetivo do aluno, enfocando o jogo como interação social no processo de construção dos conhecimentos de forma prazerosa. Outra proposta é ampliar a imaginação, motivação, habilidades e atitudes necessárias a sua participação social de forma que o possibilite descobrir, vivenciar e modificar regras, respeitando a individualidade.
Equipe
O município também conta com professores de Libras, intérpretes e professores de braile. O Atendimento Educacional Especializado (AEE) assiste estudantes que apresentam deficiências físicas e múltiplas, autismo, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. De acordo com o secretário de Educação, Guto Garcia, a rede municipal trabalha para oferecer educação de qualidade com igualdade para todos.
“Estamos trabalhando para continuar cumprindo as Políticas Públicas direcionadas à Educação Especial. A situação da educação escolar inclusiva não se limita ao aspecto didático-pedagógico. A inclusão escolar é também socioafetiva. O estudante deve sentir-se acolhido e perceber que a diversidade não se constitui em obstáculo e sim num estímulo", comenta. Outro curso iniciado na terça-feira (3) para a área da Educação Especial é sobre "Autismo".