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Estação de Tratamento de Esgoto de Glicério já está em operação

12/09/2014 14:50:00 - Jornalista: Maria Izabel Monteiro

Foto: Guga Malheiros

Ação da Prefeitura de Macaé, através da Esane, representa um avanço para Macaé e para a serra macaense

Macaé deu mais um passo para trazer o saneamento básico a todo município, desde sexta-feira (5), quando entrou em operação a nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) de Glicério. Essa ação da Prefeitura de Macaé, através da Empresa Pública Municipal de Saneamento (Esane), representa um avanço para Macaé e para a serra macaense, região conhecida pelas belezas naturais e muito frequentada por macaenses e turistas.

Para o Rio São Pedro, importante afluente do Rio Macaé que corta a localidade serrana que deixa de receber o lançamento de esgoto in natura, representa muito o funcionamento desta ETE. Para os ambientalistas que frequentam a localidade, é o renascimento do São Pedro que fica livre das “bocas de esgoto” que sujavam a sua água.

A Prefeitura investe na construção desta ETE, com recursos próprios, 833 mil reais. As obras começaram em abril deste ano e a inauguração será marcada pela prefeitura dentro de menos de dois meses. Estão em fase final as obras da sede administrativa e iniciada a limpeza da área com paisagismo e retirada da antiga ETE, que operava parcialmente, desde julho de 2013, contando com 340 ligações de esgoto. Esta estação foi construída em 2004 e funcionava por eletro-floculação, com procedimento mais caro por utilizar energia. Foi reformada cerca de 10 vezes e funcionou até 2010.

A nova ETE fica no terreno da antiga estação. Tem formato retangular, com 12 metros de comprimento, seis de altura e seis de largura. Construída com placas de aço 1.020 e revestimento de fibra de vidro, para evitar a corrosão normal do efluente e dar maior durabilidade. A vazão é de cinco litros de esgoto por segundo (l/s), pronta para atender os três mil moradores e turistas, podendo ter a vazão aumentada para nove litros por segundo. A ETE Glicério conta com para-raios e queimador do gás resultante do processo de tratamento do esgoto.

É objetivo da Esane que os moradores conheçam a nova ETE e seu funcionamento e planeja, após a inauguração, organizar grupos de visita à Estação, tanto com moradores quanto com alunos da localidade. Ali, eles terão oportunidade de ver como o esgoto chega à estação e de que forma o efluente é devolvido ao manancial, com quase 100% de pureza, o que representa um grande avanço ao meio ambiente e qualidade de vida da população.



ETE opera em nível terciário, garantindo a limpeza total do efluente

Com 380 ligações residenciais/comerciais, a nova ETE opera com nível terciário de tratamento, com remoção de matéria orgânica, nitrogênio e fósforo, recebendo cloreto férrico e ultravioleta, para maior proteção aos corpos hídricos. Nesta primeira semana, já pode ser comprovada a eficiência da estação, pois o efluente final está claro, sem cheiro, resíduos ou sujeiras, conforme coleta efetuada pelo operador da ETE Glicério, Cleiton Gonçalves. A análise do tratamento será efetuada dentro de um mês, quando a eficácia da estação será comprovada.

A localidade conta com quatro elevatórias e com o relevo acidentado, com parte mais alta e outra baixa, foram construídas duas redes coletoras de esgoto, que levam o efluente bruto até o PV (Poço de Visita), onde começa o pré-tratamento em três etapas, o efluente passa pelo gradeamento que segura os materiais lançados na rede de esgoto, como escovas dentais, absorventes, fio dental (que junto com cabelo humano forma uma bola, misturado com fezes, e entope a rede). O que fica retido no gradeamento é retirado pelo operador da estação. O efluente passa por uma caixa que retém a areia, que é mais pesada e decanta, sendo também retirado o excesso. Depois, passa pela calha parshal que mede e calcula se o efluente que chega é compatível com a capacidade da estação, de cinco litros por segundo.

A seguir, o efluente passa pela caixa que retém a gordura e outros sólidos. Na etapa seguinte, o efluente recebe cloreto férrico. A última fase é a de desinfecção, onde recebe ultravioleta, o que deixa o efluente final, que será lançado nos meios hídricos, desinfectado, livre de bactérias.


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