Foto: Bruno Campos
A mostra conta com a atuação de alunos e profissionais da escola , que representam nas imagens, personalidades da etnia negra
Prossegue até o dia 28, no saguão do Centro Macaé de Cultura, a exposição fotográfica "Negrxs Brilhantes - passado, presente, futuro", que faz parte do projeto "Relação entre a geografia e a ética no ambiente escolar", da Escola Municipal Olga Benário Prestes (São José do Barreto). Organizada pela professora de geografia, Débora Santana de Oliveira, a mostra, produzida por cerca de 50 estudantes, conta com a atuação de alunos e profissionais da escola (auxiliares de serviços gerais e escolares, merendeiras e gestores), que representam nas imagens, personalidades da etnia negra que lutaram a favor da abolição da escravatura e outras, que são expoentes do universo acadêmico-científico.
As atividades pedagógicas do projeto se dividiram nos eixos socioemocional (aplicação de exercícios práticos-reflexivos) e artísticos (produção e realização de ensaio fotográfico. Para a exposição, os alunos, que se dividiram em atividades como produção, figurino, maquiagem, fotografia e apoio, estudaram e pesquisaram de maneira mais aprofundada a biografia dos cientistas no mundo e dos negros de destaque no Brasil. Os alunos, a professora Débora Santana e a assistente de fotografia Natiele Fernandes utilizaram a técnica Light Painting, em que o espaço na escola ficou no escuro, sem nenhum outro tipo de luz, além da luz da lanterna." Esta foi uma forma ideal de captar emoções e olhar para o outro além da forma", ressaltou.
Na oportunidade, a professora Débora Santana trabalhou com o livro "Gênios da humanidade" e destacou, durante o projeto cultural-pedagógico, questões como valores éticos empatia, reflexão sobre a prática cotidiana, identidade, preconceito, competências socioemocionais e as Geografias emocionais." A emoção organizada estruturalmente visa o desenvolvimento de potencialidades. O objetivo é estimular nos estudantes a capacidade prático-sensível de perceber a experiência subjetiva do outro. A proposta é que o conhecimento geográfico inclua as emoções como variáveis fundamentais na construção do mundo em que vivemos. Os alunos se colocaram no lugar das pessoas daquele tempo e como conseguiram desenvolver suas habilidades", ressaltou.
Visitada pelo público do Teatro Municipal de Macaé e por alunos da rede municipal, a programação está sendo elogiada. Entre eles estavam os alunos da "Olga Benário", Clara Rodrigues, Renata Gabriela Martins, Emily Souza e Marcela Pereira, que estavam acompanhadas pelo professor Sebastian Carlos Veiga. "A mostra ficou linda. Gostamos demais do resultado final e de ver pessoas do nosso meio nas fotos como a diretora Delaine e a mina grande amiga Alexia Gomes. Soubemos mais a respeito dos negros que fizeram muito pela nossa ciência e história", contou Clara.
Atuando desde o ano 2000 na rede municipal, Débora Santana, mestre em Estudos Populares e Pesquisas Sociais e doutora em Planejamento Urbano e Pesquisa, comentou que a repercussão da mostra está surpreendendo. "Estou muito feliz com as mensagens recebidas. Agradeço aos diretores Márcio Fidélis e Delaine Miranda, aos alunos Guilherme Santos e Maria Vitória, ao diretor de arte, Paulo Ramos e a professora Língua Portuguesa, Alaine, que está desenvolvendo textos para atividades posteriores, em 2020. Todos trabalharam arduamente. Também não posso esquecer do agradecimento pelo apoio do Grupo Paisagens Híbridas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e do Grupo de Pesquisa Ethos do Departamento de Pesquisa da Universidade Federal Fluminense (UFF)", destacou Débora.
Segundo o Secretário de Educação, Guto Garcia, a mostra produzida pelos alunos da "Olga Benário" é mais uma prova do comprometimento dos profissionais da rede municipal. "O processo de ensino com foco em manifestações culturais destaca talentos diversos e contribuem na aprendizagem. A educação e cultura caminhando juntas, o ensino só tem a ganhar", finalizou.