Foto: Arquivo Secom
Governo do Estado descarta Macaé da lista de vigilância
As confirmações de mortes por febre amarela e a suspeita de mais casos no Brasil vêm alarmando a população. No entanto, o Estado do Rio, e, portanto, Macaé, não são considerados área de risco. Apenas 14 municípios fluminenses das regiões Norte e Noroeste, que fazem divisa com Minas Gerais e Espírito Santo, tiveram o nível de vigilância a pacientes com sintomas característicos da febre amarela elevado pelo Governo do Estado. Macaé não faz divisa e assim, não aparece na lista.
A prefeitura prossegue normalmente com a vacinação, que continua sendo realizada diariamente, com prioridade para quem vai viajar para áreas de risco, como Minas Gerais e Espírito Santo.
Doutorando pela Fiocruz, com pesquisa sobre o risco da reemergência da febre amarela silvestre, Filipe Abreu, que esteve em Macaé e em outros municípios do Rio para investigação nas áreas de matas, ressalta que há mais de 50 anos não se confirma casos da doença no Estado.
- A vacina tem validade de 10 anos e é realizada, geralmente, em duas doses. Ela protege muito bem, mas não é obrigatória em áreas que não têm casos de transmissão de febre amarela. Quando se vacina sem essa necessidade, em alguns raros casos, há efeitos adversos da vacina, que podem gerar uma doença. O Rio não é região de recomendação de vacinas, a não ser para quem vai viajar para áreas endêmicas - explicou o doutorando do curso de Biologia Parasitária.
A febre amarela silvestre, a que tem aparecido no país, na região de matas, é transmitida pelos mosquitos Haemagogus e Sabethes. Já a febre amarela urbana, que ainda não tem casos no Brasil, é transmitida pelo mosquito Aedes.
Em Macaé, a vacina é disponibilizada em dois locais: Casa de Vacina Bernadette Franco Pacheco (segunda, quarta e sexta-feira, a partir das 7h30), com distribuição de 30 senhas por dia e no pronto-socorro Municipal do Aeroporto (terça e quinta-feira, no mesmo horário), com distribuição de 30 senhas por dia. A faixa etária é de nove meses a 60 anos. Acima dessa idade, é necessário levar a autorização médica. A vacina é contraindiciada para gestantes e lactantes.
No Brasil, os locais de risco são as regiões de matas e rios das seguintes regiões: todos os Estados do Norte e Centro-Oeste, bem como parte da Região Nordeste (Estado do Maranhão, sudoeste do Piauí, oeste e extremo-sul da Bahia), Região Sudeste (Estado de Minas Gerais, oeste de São Paulo e norte do Espírito Santo) e Região Sul (oeste dos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul).
A VACINA - A vacina contra a febre amarela (17DD) é elaborada com o vírus vivo atenuado. Em 95% das pessoas o efeito protetor (imunidade) ocorre uma semana após a aplicação e confere imunidade por, pelo menos, dez anos (provavelmente por toda a vida). Está incluída nos Calendários.
As doses geralmente produzem poucos efeitos colaterais. A vacina é utilizada há cerca de sessenta anos e efeitos colaterais graves (incluindo óbitos) são raros. Cerca de 5% das pessoas pode desenvolver, cinco a dez dias depois da vacinação, sintomas como febre, dor de cabeça e dor muscular, sendo infrequente a ocorrência de reações no local de aplicação. Reações de hipersensibilidade são muito raras e geralmente atribuídas às proteínas do ovo contidas na vacina. A ocorrência de encefalite é raríssima, tendo a maioria dos casos ocorrido em crianças vacinadas com menos de seis meses de idade.
ENDEREÇOS - Em Macaé, a Casa da Vacina fica na Rua Antero Perlingeiro, 76, Centro. Já o pronto-socorro do Aeroporto fica na rua Curuncango S/Nº, bairro Parque Aeroporto.