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Instituição carrega o nome do educador crucial em seu processo de criação
Em 23 de outubro de 2000 nascia a Faculdade Professor Miguel Ângelo da Silva Santos (FeMASS). Hoje, a instituição pode comemorar seus 21 anos com a certeza do cumprimento do dever de ampliar o acesso ao ensino superior ao estar entre as cinco entidades municipais existentes no país que oferecem cursos de graduação totalmente gratuitos. Atualmente, são cerca de 1.200 estudantes matriculados, sendo 73% do corpo de alunos formado por macaenses.
A consagração também vem pelos resultados que comprovam a qualidade do ensino oferecido nos cursos Administração, Engenharia de Produção, Sistemas de Informação e Licenciatura em Matemática. A nota da FeMASS no Enade sempre está entre 4 e 5, as mais altas da pontuação do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes.
FeMASS – Uma história que nasceu da paixão de um educador
A instituição leva o nome do professor Miguel Ângelo da Silva Santos, figura crucial em seu processo de criação e que deixou um importante legado na construção de um ensino público acessível, inclusivo e eficiente em Macaé.
Em Quissamã, distrito de Macaé na época, Miguel Ângelo iniciou a sua jornada como educador nas aulas ministradas no Engenho Central, no final da década de 30. O professor utilizou o ensino como ferramenta para auxiliar a formação e qualificação dos trabalhadores da Usina local. As aulas eram ministradas no período noturno, já que durante o dia ele participava dos treinamentos do time União, equipe de futebol da Usina, do qual fez parte como jogador.
Durante o início da sua jornada como educador, Miguel Ângelo conheceu e se casou com a quissamaense Antônia de Souza e Silva Santos, conhecida como Dega. Na década de 40, seguiram juntos para Casimiro de Abreu, onde o professor tomou posse no concurso do governo do Estado, onde seguiu ministrando aulas no período noturno.
Posteriormente, o professor Miguel veio definitivamente para Macaé lecionando nas turmas diurnas do Segundo Grau do Colégio Macaense, instituição particular que contribuiu com a instalação de uma das mais importantes unidades de ensino do município e da região.
Com a extinção do Colégio Macaense, o professor Miguel Ângelo participou do processo de construção e instalação do Colégio Estadual Luiz Reid, inicialmente mantido pela Fundação Luiz Reid.
Junto às turmas, históricos escolares e parte do acervo mobiliário transferidos do Colégio Macaense para o Luiz Reid, o professor Miguel Ângelo também compôs o primeiro corpo docente do Colégio que se tornou a principal base acadêmica de Macaé na década de 50.
Após a transição da gestão do Colégio Luiz Reid, da Fundação para o governo do Estado, o professor Miguel Ângelo contribuiu com mudanças importantes na administração da unidade, assumindo assim a função de secretário geral da instituição.
Interiorização do ensino
Apaixonado pela Educação e atento às transformações sociais e econômicas registradas por Macaé no período de pré-instalação da Petrobras, o professor Miguel Ângelo buscou, junto a ex-alunos e pessoas influentes da cidade, o apoio necessário para promover o processo de interiorização do ensino de Segundo Grau na região.
Com o aumento da demanda de novos alunos, e a capacidade máxima de turmas já alcançada pelo Colégio Luiz Reid, o professor Miguel Ângelo acatou a sugestão de Tarcísio Tupinambás, inspetor do Ministério da Educação na época, e abraçou a Campanha Nacional de Escolas da Comunidade (CNEC) como estratégia para a instalação de novas escolas de Segundo Grau em regiões distantes da área central de Macaé.
Junto a motivação da sociedade local em participar desta mobilização, surgiram assim os Colégios Caetano Dias (Macaé), Nossa Senhora do Desterro (Quissamã), Nossa Senhora da Paz (Carapebus) e Casimiro de Abreu (Barra de São João). Os laços criados com a Igreja Católica em sua formação no Salesiano de Niterói, ajudaram o professor Miguel Ângelo a encontrar locais que pudessem abrigar as novas turmas, ampliando assim a oferta de vagas para formação acadêmica de centenas de macaenses.
Miguel Ângelo herda amor pela educação
Com a vida profissional consolidada em Macaé, o professor Miguel Ângelo e Antônia de Souza e Silva Santos criaram os quatro filhos: Cláudio Augusto, Aristóteles Cliton, Miguel Ângelo e Gardel Luiz, e ajudaram também na formação de mais três meninas. A residência da família, situada na Rua Júlio Olivier, 118, na Imbetiba também foi abrigo para diversos estudantes que migravam para Macaé em busca de oportunidades de ensino.
O amor do professor Miguel Ângelo pelo Ensino foi herdado de sua mãe, a também educadora Ana Benedita da Silva Santos, que teve sete filhos e cinco se tornaram professores.
Falecido em 1999, o legado do professor Miguel Ângelo está eternizado na FeMASS. A instituição de ensino, referência nacional na formação acadêmica de ensino superior, é sediada na Cidade Universitária cujo projeto foi idealizado pelo arquiteto Cláudio Santos, um dos seus quatro filhos.