Foto: Arquivo
O procedimento foi realizado no Hospital Público de Macaé
O Hospital Público Municipal de Macaé (HPM) realizou, nesta última quinta-feira (31), a segunda captação de órgãos de 2014. Foram retirados da doadora os rins e, pela primeira vez, as córneas, após ter morte encefálica comprovada. O trabalho contou com a parceria da Central de Transplantes do Rio de Janeiro. A equipe se deslocou a Macaé onde foi feito todo o procedimento. Os órgãos foram encaminhados para os hospitais credenciados em transplante, na capital.
A doadora foi Ana Clara de Fátima e Sousa Coelho, uma criança de 5 anos. Os pais de Ana Clara, Adejair Coelho e Fabíola Sousa, ainda bem abalados com o falecimento da filha disseram sentir que a doação de órgãos era um desejo da menina, pois ela sempre distribuiu alegria. Então, essa foi a forma que encontraram de passar a outras famílias uma chance de serem felizes. “Penso primeiramente na família. Se podemos ajudar dessa forma, não seremos egoístas. Ana sempre foi uma criança espontânea e feliz. Eu e minha esposa concordamos imediatamente com a doação, pois entendemos que esse era o desejo de nossa filha”. E frisou: “Acho importante as pessoas se conscientizarem a aderir esse gesto de amor”.
O diretor do HPM, o médico Márcio Bittencourt, comentou a importância desse gesto no HPM. “A doação de órgãos é uma prova de amor ao próximo. Nessas horas, a família transforma a dor em felicidade a outras crianças e famílias. Fico satisfeito em saber que o HPM também é referência nesse tipo de procedimento”.
O caso - A doadora Ana Clara foi atendida na cidade de Rio das Ostras desde o dia 21 de julho, onde sofreu de convulsão, e como na cidade não tinha neuropediatra, os pais foram orientados a procurar vaga em outro hospital para tratamento específico. No dia 23, a menina deu entrada no HPM e imediatamente transferida para Unidade de Tratamento Intensiva (UTI). A criança usava uma válvula intracraniana, desde o seu segundo dia de vida, pois nasceu com hidrocefalia congênita. No dia 30, às 23h30, a equipe médica do HPM, juntamente com a Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante do HPM (CIHDOTT) constatou a morte encefálica, provocada por uma complicação da válvula.
A equipe de atendimento especializado do HPM explicou que foram feitos todos os exames específicos para identificar a morte encefálica e para finalizar é aplicado o método gráfico através de doppler transcraniano. O processo de doação de órgãos só é feito a partir do momento que o termo de autorização é assinado pelos responsáveis.
*Com acompanhamento da Secom