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Macaé se prepara para ser modelo em Mediação Escolar

26/06/2017 16:33:00 - Jornalista: Elis Regina Nuffer

Foto: Ana Chaffin (Secom)

Prefeitura incentiva cultura da paz nas escolas

Os diretores das escolas da rede municipal de Macaé têm até sexta-feira (30) para apresentar o Plano de Ação de Combate à Violência à Secretaria de Educação. A proposta é tornar Macaé modelo em Mediação Escolar. Para isto, as escolas devem apresentar ações com base na realidade de cada unidade, levando em conta os quatro tipos de violência: em sala de aula, ao redor da escola, vandalismo e dentro da escola, para que os profissionais saibam estabelecer tratamento adequado diante de um conflito.

O Plano foi solicitado pelo secretário de Educação, Guto Garcia, durante seminário sobre “Mediação Escolar: Ressignificando os Conflitos”, realizado, na manhã desta segunda-feira (26), no Auditório Cláudio Ulpiano, na Cidade Universitária. Participaram diretores, coordenadores, orientadores e outros profissionais da área com um objetivo: transformar a violência nas escolas em cultura da paz, principalmente, nas escolas do 6º ao 9º anos onde há mais registros de violência.

- Já trabalhamos com estratégias para minimizar os atos de violência praticados nas escolas. Pedimos apoio à Guarda Municipal e à Polícia Militar, nas escolas onde há mais registro de vandalismo foram instalados alarmes. Além disso, promovemos treinamento de guardas mirins para atuar nas escolas e estudamos outras ações, como retornar com o projeto da Escola de Pais. Mas, antes, precisamos do Plano de Ação de cada escola -, destacou Guto Garcia. Segundo ele, o trabalho de Mediação Escolar vai começar no Maria Isabel Damasceno e Oscar Cordeiro, unidades mais vulneráveis a casos de violência.

O secretário disse que o Plano de Ação deve ser simples, conter os tipos de violência mais comuns em cada escola e o que é necessário para mudar esse mapa de forma participativa. Para falar sobre o assunto, dois palestrantes foram convidados: Décio Nascimento Guimarães e Patrícia Teles Alvaro. Eles falaram sobre os métodos adequados para a resolução de conflitos nas escolas por meio de negociação, conciliação e mediação.

Os palestrantes apresentaram o Marco Legal no Âmbito da Educação com o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e a Lei da Mediação como ação continuada. Na proposta deles, as seguintes estratégias foram apresentadas: separar as pessoas do problema; concentrar-se em interesses, não em posições; inventar opções de ganhos íntimos; e insistir em usar critérios objetivos para a construção de uma nova escola.

Lídia Soares Pereira, diretora adjunta do Colégio Pedro Adami, em Córrego do Ouro, região serrana do município, disse que a mediação é importante para as relações nas escolas sem envolver a polícia e o Judiciário e os resultados têm sido positivos.

- Já trabalhamos dessa forma, ouvindo os envolvidos em conflitos dentro da escola, e temos conseguido resolver muitas questões sem punições, só com diálogo e afeto. Um abraço às vezes contorna uma situação que, inicialmente, parecia difícil -, afirmou.

Ana Dutra, do Colégio Maria Isabel, quis saber como é possível realizar a mediação escolar nas unidades de ensino onde cada um tem seus sonhos, seus objetivos e história de vida diferentes.

A pesquisadora Patrícia respondeu encerrando o encontro:

- O importante é que todos sejamos protagonistas para uma cultura de paz com atitudes transformacionais e respeitando as diferenças entre o eu e o outro. Só assim construímos uma educação de direitos humanos.

A Mediação Escolar está prevista na lei 13.140, que completa dois anos nesta segunda-feira (26), e trata do uso da mediação para a solução de conflitos que não sejam judiciais.


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