Nova ciclofaixa de Macaé atrai adeptos da bike

20/02/2017 17:42:00 - Jornalista: Carla Cardoso

Foto: Guga Malheiros

Espaço na Teixeira de Gouveia ganha mais ciclistas a cada dia

Seu José Walmir tem 57 anos. Há 17,  ele não sabe o que é pegar um ônibus para trabalhar. Morador do bairro Botafogo, é de bicicleta que ele faz o percurso diário para o trabalho, no setor de limpeza de uma empresa no bairro de Imbetiba, e garante: não há meio de transporte melhor. Pela primeira vez, nesta segunda-feira (20), José Walmir utilizou a ciclofaixa da Rua Teixeira Gouveia, e aprovou. "Passei por aqui antes da ciclofaixa, mas era sempre fim de semana. Não dava para passar em dia de semana por causa do movimento. Eu resolvi passar hoje para ver como é e me senti bem seguro. Com certeza vou fazer esse caminho mais vezes", afirmou.

José Walmir é um dos vários ciclistas que aproveitam a geografia plana de Macaé para utilizar o meio de transporte. A criação da nova ciclofaixa faz parte do Sistema Cicloviário de Macaé, que propõe a implantação de uma rede com 15 trajetos com 73 quilômetros, no total, entre rotas funcionais (para trabalho), de lazer (rotas turísticas) e de serviço (para circulação em áreas específicas para comércio, por exemplo).

Aos 41 anos, Avelar Júnior trabalha com vendas e não se intimida em sair da Barra, onde mora, para ir à Linha Vermelha, onde trabalha. Utilizando a ciclofaixa da Teixeira de Gouveia, ele foi almoçar em casa e aproveitou para levar algumas compras na cestinha da bicicleta. "Não é todo dia que almoço em casa, mas às vezes eu consigo, como hoje. Antes eu não passava pela Teixeira de Gouveia. Agora, tenho mais facilidade e me sinto mais seguro. Uso a bicicleta para fazer tudo, desde 1994. Quanto mais ciclofaixas, melhor. É mais seguro e tranquilo e, dessa forma, cada um passa a respeitar seu espaço, ciclistas, pedestres e motoristas.Tem espaço para todos", acredita Avelar.

O cirurgião dentista Eduardo Guimarães, 55 anos, já é conhecido por, há mais de 30 anos, participar de competições com sua bike. Mas, fora dos campeonatos, ele também utiliza o veículo. Há quatro anos ele vai ao trabalho e faz algumas atividades corriqueiras com a bicicleta, e aprovou o projeto municipal.

- Está muito mais fácil usar a bicicleta nesse trânsito de Macaé do que o carro. O acesso é muito mais fácil. Acho muito bom que isso seja pensado e implantado na cidade. Agora há a necessidade de se fazer uma ligação entre os bairros, auxiliar quem mora na Aroeira, ou Aeroporto, por exemplo, a vir para o Centro. Mas é preciso também que haja respeito no trânsito. Há leis que precisam ser cumpridas. O ciclista deve ser conscientizado disso, pois a prioridade é o pedestre. Então, há todo um cuidado nesse sentido - observa o dentista.

A interligação dos bairros também é um desejo de Katia Neri Gonçalves, 51 anos. Moradora do Mirante da Lagoa, ela utiliza a bicicleta para fazer pequenas atividades no bairro, mas vê no plano cicloviário do município, a chance de, em um futuro próximo, poder ir para o trabalho, no Novo Cavaleiros, com o veículo.

- Utilizo por uma questão ideológica. Foi um ato de coragem da prefeitura ter implantado a ciclofaixa no Centro. Além da praticidade, vejo como uma questão de saúde e é muito bom vermos um governo preocupado com a qualidade de vida - contou.

Tendência em todo país

A implantação de vias cicloviárias tem sido uma alternativa para organizar e auxiliar o crescente trânsito nas cidades. Em três anos, a malha cicloviária das capitais do país mais que dobrou de tamanho. Desta forma, Macaé se destaca e segue a tendência ao idealizar seu Sistema Cicloviário.

Desde 2015, o Sistema é planejado por um Grupo de Trabalho formado por representantes das secretarias de Mobilidade Urbana; de Ambiente; de Obras; de Esportes; da Federação de Ciclismo do Estado do Rio (Fecierj) e de usuários de bicicleta de Macaé, incluindo integrantes do coletivo Mais Ciclovias e do grupo Macaé Pedal, além da Câmara Municipal.

Foram mais de 30 reuniões na Secretaria de Mobilidade para elaborar o plano, aprovado em Audiência Pública no dia 14 de maio de 2015. Hoje são quase 30 km de ciclovias, ciclofaixas e rotas compartilhadas.


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