Foto: Rui Porto Filho
Representantes de entidades, ONGs e usuários do serviço participam da reunião
"Prazer no Esporte" e "Dá pra fazer" são os dois novos projetos voltados à população de rua e público em vulnerabilidade social, em Macaé. O anúncio foi feito nesta terça-feira (24), durante o encontro ampliado da Rede Rua, que reuniu setores da prefeitura, entidades, ONGs e até usuários do sistema da Rede Rua, promovido pela Coordenação de Políticas sobre Drogas (CGPOD) do município.
A reunião aconteceu no Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), na Imbetiba, e serviu como um espaço coletivo de construção e ampliação das potencialidades, que visam a melhoria da qualidade do serviço prestado à população em situação de rua. O evento também teve a função de apresentar, oficialmente, a representante da Secretaria Nacional de Políticas Sobre Drogas (Senad), Márcia Rebeca de Souza.
Segundo Helen Meirelles, psicóloga da CGPOD, essa reunião periódica apresenta os trabalhos realizados pelos diversos setores e serviços que atuam nessa vertente de população de rua e usuários de drogas diversas.
- Essa reunião sempre acontece, mas hoje convocamos as ONGs também, para juntos estarmos nessa rede de atenção a pessoas em situação de rua e traçarmos esses trabalhos em parcerias, como é o Consultório de Rua. Esse projeto tem todo um trabalho de abordagem social que, apesar de ser da Atenção Básica, tem os serviços desenvolvidos para fortalecer as atividades - ressaltou Hellen.
A psicóloga explicou ainda como serão os projetos novos, que já estão alinhavados e devem ser colocados em prática em breve no município.
- O 'Prazer no Esporte' é desenvolvido em parceria com a Fesporte e a Secretaria de Desenvolvimento Social. Vai atender os adolescentes e jovens em vulnerabilidade social em sua comunidade, aqueles que vivem em uma situação de risco que pode colocá-lo na rua, no futuro. Já o 'Dá pra Fazer' visa o oferecimento de duas oficinas, Padaria e Jardinagem, com o público de rua, os acolhidos no Centro Pop, no Caps AD - observou Hellen.
Ana Lúcia Togeiro, coordenadora do Caps AD, falou sobre a importância da reunião para os cuidados com a população de rua. A reunião ainda contou com alguns usuários dos serviços. O atendimento na entidade é feito a partir de um projeto terapêutico feito exclusivamente para cada caso.
- É uma forma de dar voz a essas pessoas. Aqui eles podem perguntar, dar opinião sobre os serviços. É uma conversa sobre a política de atuação com a população de rua. O Caps AD atua com a população com uso problemático de drogas, seja de rua, ou não. Atendemos qualquer pessoa que considera a necessidade desse cuidado, e o espaço fica aberto diariamente para isso. Há quem venha todos os dias, há aqueles que não precisam de tanto. Cada caso é um caso. O foco é no sujeito, em sua inserção social, na promoção de sua autonomia - explicou Ana Lúcia.
Política de acolhimento - Responsável pelo Consultório na Rua, Maria Luiza Baccari Quaresma ressaltou que é um mito a informação de que a população em situação de rua aumentou em Macaé.
- Junto com esse grupo, tem muita gente que está na rua, que passa o dia na rua, mas à noite vai para casa. Essas pessoas se juntam com a população em situação de rua, porque trabalham catando latinhas, vendendo bala. Por isso ficam na rua o dia todo, mas têm uma casa para voltar. Uma parcela está, sim, em situação de rua e por isso fazemos esse serviço de acolhimento e é um fenômeno mundial - observou.
Maria Luiza Baccari acrescentou que é preciso ter um olhar diferenciado a esse público. "Nosso trabalho é na área da saúde, mas trabalhamos com a criação de vínculos. Nos aproximamos, mapeamos as necessidades... Atuamos de segunda a sexta, de forma itinerante", afirmou.
Reuniões periódicas - O objetivo das reuniões é fomentar a formulação e implementação das políticas públicas para essa população, considerando a relação de parceria entre o setor público e setor privado como forma de democratização das relações entre Estado e sociedade.