Os interessados em contribuir sugestões para melhoria dos estudos técnicos que vão nortear a concessão à iniciativa privada do trecho ferroviário entre os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo, ainda têm tempo. Isso porque ainda não foi apresentado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um projeto executivo da Ferrovia Rio-Vitória, já que este primeiro período corresponde a fase de consultas públicas. E esta etapa é considerada muito importante, pois é o momento em que todos os envolvidos, não só do poder público, mas da sociedade civil podem opinar e contribuir.
Para esta consulta, além das Audiências Públicas realizadas no Rio de Janeiro, no último dia 10, e em Campos dos Goytacazes, no último dia 17, a população pode encaminhar contribuições por escrito. No site da ANTT, há um link para acesso ao projeto conceitual (http://pilferrovias.antt.gov.br/) e um link para a participação popular (http://pilferrovias.antt.gov.br/index.php/content/view/2031/Participacao_da_Sociedade.html), inclusive com a disponibilização de um endereço de e-mail (ap005_2015@antt.gov.br) para que a sociedade também possa opinar. As opiniões serão colhidas até as 18h do dia 31 de julho.
O traçado proposto para a Ferrovia Rio-Vitória tem extensão de aproximadamente 580 km ligando o município de Nova Iguaçu-RJ até Cariacica-ES e atravessa 25 municípios, incluindo Macaé. A Prefeitura considera o projeto da ferrovia que interliga os estados de grande importância logística e econômica para o município, assim como a ampliação do Aeroporto, construção da Estrada de Santa Tereza e do porto.
Observações – De acordo com o que foi apresentado até o momento pela ANTT, a partir de Campos o traçado proposto passaria a utilizar o leito ferroviário antigo, conhecido como Estrada de Ferro Leopoldina, até a altura de Carapebus. A partir daí seria construído um leito novo, na altura do entroncamento da RJ-168 com a BR-101, no local conhecido com Trevo dos 17, para, posteriormente, atravessar a BR-101 e seguir pelo lado oposto à Serra até chegar ao Rio de Janeiro. Levando-se em consideração esta proposta, algumas questões estão em análise.
A primeira delas é quanto ao traçado que passa dentro de Macaé, que corta pela metade a área prevista para a expansão urbana, inclusive com relação aos polos industriais, em direção à BR-101. Esta área de expansão está prevista, inclusive no Plano Diretor e no Código de Urbanismo, já que a área litorânea da cidade já está densamente ocupada. Isso traria um impacto grande ao planejamento, inclusive pelo fato da proposta para este projeto ser diferenciada, com um traçado concebido em bitola larga e mista, com vagões longos, velozes e de alta frequência.
- Por isso estes detalhes, como a passagem por uma região isolada da área urbana, precisam ser discutidos na fase de elaboração do projeto, um traçado que, ao invés do leito antigo, siga a oeste, paralelo a BR-101 e dali em direção ao Rio de Janeiro ou ao Espírito Santo – disse o secretário de Mobilidade Urbana, Evandro Esteves.
Outro ponto é que no cruzamento com estradas vicinais e as rodovias estaduais, a proposta é de que a transposição seja realizada por meio de viadutos. No entanto, a proposta pensada para Macaé é de que nestes cruzamentos a malha ferroviária passe por baixo das vias, não só pela inviabilidade da construção de viadutos em alguns lugares, mas para que a cidade não fique ilhada. Historicamente, a divisão por meio de um viaduto acaba por criar um lado mais desenvolvido e outro menos desenvolvido, o que Macaé quer evitar.
O terceiro ponto é a construção de um Terminal de Transbordo de Cargas em Macaé, para que a cidade não herde somente o ônus do transporte ferroviário, mas também usufrua do bônus, por meio do transporte eficiente de cargas da indústria offshore. Assim, seria possível o embarque e desembarque de cargas na cidade para que, posteriormente, sigam aos seus destinos, atendendo a necessidade de Macaé no que diz respeito às operações offshore.
O outro ponto em análise é o pleito para que se estude também a possibilidade de que se realize o embarque e desembarque de passageiros. Isso porque há um volume muito grande de pessoas que transitam entre as cidades, em especial, entre Macaé e o Rio de Janeiro.
Reunião - Após a participação nas Audiências Públicas realizadas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres, a previsão é de que seja realizada em Macaé uma nova reunião, prevista para ocorrer no início do mês de agosto (em data a ser definida). Este encontro deverá contar, inclusive, com a presença do secretário estadual de Transportes do Rio de Janeiro, Carlos Roberto Osório, e do subsecretário, Delmo Pinho. Eles virão a Macaé para discutir detalhes do projeto e levantar as sugestões do governo municipal.