A criação de um consórcio de municípios da região para a compra unificada de vacinas contra o covid-19 é projeto do prefeito de Macaé, Welberth Rezende. A ideia surgiu após a decisão unânime do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça (23), que autoriza Estados e municípios a adquirirem as doses, inclusive fabricadas em outros países – e devidamente registradas por órgãos reguladores – se a União descumprir o Plano Nacional de Imunização (PNI) ou caso as doses previstas no documento sejam insuficientes.
Ao comemorar o resultado da ação protocolada pela OAB, considerada um grande avanço, o anúncio foi feito pelo prefeito, nesta quarta-feira (24), durante entrevista ao programa de rádio Fala Zezé Abreu, na 101 FM.
“Ontem tivemos essa notícia, a possibilidade de compra, inclusive em outros países, tanto da Europa, Estados Unidos, Japão ou China. Se tiver vacina que tenha sido aprovada, nós vamos poder comprar. E já estamos trabalhando nisso. Nossa Secretaria de Relações Institucionais já começou os contatos e vai ligar, inclusive, para outros países para a gente poder entender esse processo de compra”, explicou.
Welberth ressaltou que começará, ainda nesta quarta (24), a fazer contato com os prefeitos da região, de municípios como Cabo Frio e Rio das Ostras, com a intenção de facilitar a baratear a compra, visando o respeito e transparência quanto ao uso do dinheiro público. O valor do frete seria único, podendo todas as doses serem enviadas em um único voo.
“A ideia é a gente conseguir fazer um grande consórcio. Comprar 50 mil vacinas é um preço, comprar um milhão, é outro. Até essa notícia, nós não tínhamos onde comprar a vacina. Estamos fazendo a tentativa de compra protocolar, duas vezes por semana, ligamos para o Instituto Butantan para tentar fazer a compra direta. E a resposta é que o Governo Federal está comprando todas. Mas é importante ligar, porque dos 5.500 municípios do Brasil, apenas pouco mais de 100 fizeram essa intenção. Se o Governo Federal ou os municípios não comprarem, o Instituto poderá enviar para outros países da América do Sul”, contou.
A integração entre os municípios da região é outro ponto importante para a criação do consórcio. O prefeito exemplificou com a situação vivida no Carnaval. “Durante o período, Macaé fez o cronograma, inibiu aglomerações. Mas as pessoas foram para outros municípios onde isso não aconteceu e retornaram para cá. Para esses próximos 15 dias, há expectativa que se manifestem mais casos da doença, efeito do Carnaval. Se não conseguir fazer em toda a região, não adianta resolver só Macaé”, acredita.